Nesta sexta-feira (29), às 9:12, o dólar comercial (compra) atingia a cotação de R$ 6,021, e, na venda, R$ 6,023, com uma valorização de 0,55% – maior patamar desde a introdução do Plano Real no Brasil, em 1994.
Esse movimento ocorreu após o fechamento da véspera, quando o dólar havia atingido o maior patamar de sua história, em R$ 5,98, com uma valorização de 1,30%.
Mal estar do mercado financeiro em relação ao tímido pacote de corte de gastos atinge o dólar
A disparada da moeda norte- americana reflete a reação negativa do mercado diante do anúncio de um pacote fiscal de contenção de gastos pelo governo federal, que foi acompanhado de uma inesperada reforma do Imposto de Renda (IR).
A proposta de isenção do IR para rendimentos de até R$ 5 mil mensais gerou apreensão no mercado financeiro, e analistas apontaram o risco de um aumento nas dívidas públicas e uma distorção no equilíbrio fiscal do governo federal.
Impacto das isenções de Imposto de Renda nas contas públicas e no dólar
A isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais gerou uma série de discussões entre economistas e especialistas fiscais, que temem que a medida possa aumentar o rombo nas contas públicas.
Esse ajuste tributário foi visto como uma tentativa de redistribuição de renda, mas gera dúvidas sobre a sustentabilidade do equilíbrio fiscal do governo, já que a medida pode reduzir a arrecadação do Estado em um cenário de elevados déficits fiscais.
Congresso Nacional deve votar pacote fiscal até o fim de 2024, diz Rodrigo Pacheco
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que o pacote de corte de gastos deve ser votado pelas duas casas do Congresso Nacional antes do recesso parlamentar, previsto para 22 de dezembro.
Haddad detalha R$ 70 bilhões em corte de gastos — veja pontos anunciados e análises
“Pude externar ao ministro Haddad a minha particular boa impressão em relação às medidas. Tão logo a Câmara dos Deputados aprecie, o Senado submeta diretamente ao Plenário. Para que até o final do ano, antes do recesso, possamos ver apreciadas essas medidas da equipe econômica”, disse Pacheco após o encontro.
Haddad e ministros se reúnem com a Febraban nesta sexta-feira
Depois de anunciar um pacote fiscal que gerou desconfiança do mercado financeiro e toda a pressão cambial no dólar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta sexta-feira (29) de almoço promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Também participarão do evento ministros e diversos diretores do Banco Central (BC), inclusive o de Política Monetária, Gabriel Galípolo, que assume a presidência da autoridade monetária em 2025.
As informações são de Reuters.