O contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet é alvo de uma investigação que agora se expande para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado.
Senadores pediram acesso ao inquérito conduzido pela Polícia Civil de São Paulo, que apura uma suposta lavagem de dinheiro associada ao acordo entre o clube Corinthians e a empresa Vai de Bet.
A CPI também busca ouvir o delegado Tiago Fernando Correia, responsável pela investigação. Ele chefia a Delegacia de Investigações sobre Lavagem ou Ocultação de Bens e Valores, que analisa possíveis desvios de recursos financeiros e repasses suspeitos.
Duas frentes de investigação no caso Vai de Bet
O inquérito policial possui dois focos principais:
- Contrato de patrocínio entre o Corinthians e a Vai de Bet
A investigação aponta indícios de que parte dos recursos do patrocínio pode ter sido desviada para empresas de fachada registradas em nome de “laranjas”. Um exemplo citado é um repasse de R$ 1 milhão da intermediária do contrato, a Rede Social Media e Design, para a empresa Neoway, registrada em nome de uma moradora da periferia de Peruíbe, no litoral paulista. - Movimentações financeiras suspeitas de Fernando de Oliveira Lima (“Fernandin OIG”)
Relatórios do Coaf indicam que Fernandin, suspeito de envolvimento no esquema, teria realizado um depósito de R$ 1,7 milhão para a ACJ Plataform Comércio e Serviços. A empresa é considerada de fachada e está registrada no nome de uma faxineira. Entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, a ACJ movimentou R$ 10,7 milhões.
A relação entre essas empresas inclui um repasse de R$ 600 mil da ACJ para a Neoway, aumentando as suspeitas de irregularidades.
Próximos passos da CPI
Fernando de Oliveira Lima, que já prestou depoimento à CPI, será reconvocado. No primeiro depoimento, ele negou qualquer relação com a Neoway e afirmou que desconhecia os pagamentos feitos por sua empresa, atribuindo o caso à imprensa.
Ele prometeu fornecer mais esclarecimentos em uma nova audiência.
O delegado Tiago Correia solicitou à Justiça permissão para compartilhar o inquérito com a CPI.
Essa liberação depende de parecer favorável do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.
A investigação é acompanhada de perto pelos parlamentares, que buscam evidências para identificar irregularidades e possíveis responsáveis por desvios de recursos ligados ao contrato.