O salário-mínimo de 2025 poderá ser corrigido nos próximos dias. De acordo com interlocutores do governo, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar a medida até a próxima semana.
O valor deve subir dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025, segundo as fontes. Assim, o aumento será de 7,5%, totalizando R$ 106 de diferença a partir dos pagamentos de fevereiro.
Mesmo com a data do anúncio confirmado, a publicação do decreto deve acontecer até na próxima terça-feira (31).
Como o novo salário-mínimo será calculado em 2025
Pela nova regra aprovada neste ano, o aumento do salário-mínimo de 2025 contempla a inflação e parte do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Assim, a nova medida garante um ganho real acima da inflação, embora ofereça um aumento inferior ao que as regras anteriores aplicariam.
A fórmula de cálculo do reajuste, ajustada como parte do pacote de corte de gastos aprovado pelo governo, prevê:
- Correção com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulado em 12 meses até novembro de 2024, estimado em 4,84%;
- Crescimento do PIB de dois anos anteriores, limitado a 2,5% (abaixo dos 3,2% aplicáveis pela regra anterior).
Assim, essa mudança diminui o impacto no orçamento público e resulta em um reajuste menor do que o inicialmente estimado.
Pela regra antiga, o salário-mínimo de 2025 subiria para R$ 1.528. O governo ajustou o valor para R$ 1.517 e o arredondou para R$ 1.518, com o novo limite.
Perdas para aposentados e economia pública
A mudança, embora assegure aumento real, também gera perdas para aposentados, pensionistas e beneficiários de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
O salário-mínimo de 2025, que serve como referência para 59,3 milhões de brasileiros, vincula esses pagamentos, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Com o reajuste limitado, o governo calcula uma economia de R$ 4 bilhões em 2025. Como resultado, cada R$ 1 de aumento no salário-mínimo gera uma despesa de cerca de R$ 392 milhões aos cofres públicos.
Até 2030, a redução no crescimento do piso salarial deverá resultar em uma economia total de R$ 110 bilhões, representando um terço do corte de gastos estimado no período (R$ 327,1 bilhões).
Aumento do salário-mínimo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) corrigiu o salário-mínimo apenas pela inflação em 2020, 2021 e 2022, sem aplicar aumento real.
Porém, em 2023, já sob a gestão de Lula, foi concedido um pequeno ganho acima da inflação.