Economia

DÓLAR HOJE - Ata do FED e relatório ADP nos EUA e incertezas fiscais no Brasil influenciam câmbio, com Donald Trump no radar

Moeda se mantém acima da cotação de R$ 6,10, à espera da ata do Federal Reserve (FED) e em meio às pressões de Donald Trump e do mercado de trabalho nos EUA

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Nesta quarta-feira (8), o dólar comercial (compra) encerrou em alta de 0,09%, cotado a R$ 6,108.

ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 11:48: Dólar comercial (compra): +0,41%, cotado a R$ 6,128.
  • – 10:15: Dólar comercial (compra): +0,43%, cotado a R$ 6,129.
  • – 9:03: Dólar comercial (compra): +0,50%, cotado a R$ 6,134.

Na sessão anterior…

Na última terça-feira, 7 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,12%, cotado a R$ 6,103.

O que influencia o dólar?

Analistas do mercado financeiro apontam que o otimismo sobre ativos brasileiros e a expectativa sobre a gestão do republicano Donald Trump, mais protecionista para os Estados Unidos, não são suficientes para manter o dólar em queda.

A desconfiança sobre o equilíbrio fiscal do Brasil e a incerteza sobre a política monetária dos EUA devem continuar a pressionar o real.

No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), acredita que o câmbio deve se acomodar e considerou exageradas as reações do mercado diante de preocupações fiscais.

Em entrevista à GloboNews, Haddad projetou um déficit primário de 0,10% do Produto Interno Bruto (PIB), mas a estimativa trouxe pouco impacto sobre o câmbio.

Bancos como o Citigroup veem espaço para ajuste no dólar no 1º trimestre de 2025, mas alertam para riscos se o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) adotar uma postura menos agressiva.

Diante disso, o mercado financeiro aguarda novos capítulos que proporcionem confiança na política fiscal do Brasil e opera nesta quarta-feira (8) em meio a expectativas pelo relatório Payroll, a ser divulgado na próxima sexta-feira (10), para projetar melhor sua visão sobre o futuro da trajetória dos juros nos Estados Unidos.

Brasil

Nesta quarta-feira (8), o mercado financeiro local observa os dados da produção industrial em novembro, a serem divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, o Banco Central (BC) informa o fluxo cambial do mês de dezembro.

Fernando Haddad

Em entrevista a GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou que a Pasta prevê alta de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 e que, no ano passado, o crescimento atingiu 3,6%, acima das estimativas do mercado financeiro.

O ministro destacou que a economia brasileira mantém desempenho acima das expectativas, e reforçou a confiança na gestão fiscal.

O ministro estimou que o déficit primário de 2024, excluídos gastos extraordinários com o Rio Grande do Sul (RS), vai somar 0,10%, abaixo do limite de tolerância fiscal de 0,25%.

Se incluídos os gastos para recuperar o RS, o déficit deve alcançar 0,370% do PIB, segundo Haddad. 

Mesmo com esse impacto, o desempenho fiscal sinaliza avanços importantes na consolidação fiscal, conforme análise de especialistas como Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

mercado financeiro reconhece o esforço da equipe econômica, mas investidores cobram um plano mais robusto para controlar a dívida pública.

Diante disso, o ministro da Fazenda reiterou o foco em medidas contínuas, sem mencionar novos pacotes fiscais, mas com foco em ações que reforcem a confiança na gestão das contas. Não descansaremos enquanto a situação fiscal não se resolver, afirmou Haddad à GloboNews.

A princípio, o Ministério da Fazenda descarta um pacote amplo, mas estuda medidas complementares que não dependem do Congresso Nacional.

Haddad enfatizou a importância de transmitir responsabilidade fiscal, enquanto o governo federal aguarda a definição orçamentária para ajustar novas ações.

EUA

Nesta quarta-feira (8), o mercado norte-americano monitora mais um indicador do mercado de trabalho: o relatório ADP.

No País, o presidente eleito dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, avalia declarar uma emergência econômica nacional como base legal para impor amplas tarifas comerciais contra aliados e adversários, afirmou a rede norte-americana CNN.

Além disso, investidores observam o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana e a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (FED) para definição da política monetária.

Foi registrada uma variação de 122.000 empregos privados ADP em dezembro, enquanto, na semana, foram registrados 201.000 novos pedidos iniciais por seguro-desemprego. Ambos os números vieram abaixo do esperado pelo mercado financeiro.