Tecnologia

STF não vai permitir que big techs amplifiquem discursos de ódio, diz Moraes

Ministro reforçou que o STF não vai tolerar que redes sociais sejam usadas para disseminar discursos de ódio

O Ministro do STF, Alexandre de Moraes autorizou a volta do X (ex-Twitter) no Brasil
Alexandre de Moraes, ministro do STF, autoriza retorno do X ao Brasil após um mês de suspensão. Plataforma cumpre exigências judiciais e nomeia representante legal | Gustavo Moreno/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou na quarta-feira (8) que a Corte brasileira não vai permitir que redes sociais sejam usadas para amplificar discursos de ódio e atos antidemocráticos.

Ele destacou que as plataformas digitais precisam respeitar a legislação nacional, independentemente de declarações feitas por dirigentes das big techs.

Aqui no Brasil, a nossa Justiça Eleitoral e o nosso STF já demonstraram que aqui tem lei. As redes sociais não são terra sem lei. No Brasil, [as redes sociais] só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira, independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”, afirmou o ministro, durante um evento, conforme reportado pelo G1.

Críticas ao fim da checagem de fatos

As declarações de Moraes ocorreram um dia após Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciar o fim do sistema de checagem de conteúdos falsos nas redes sociais da empresa, como Facebook e Instagram.

A Meta anunciou que vai substituir os verificadores de fatos por um sistema similar às “Notas da Comunidade” do X (antigo Twitter), e priorizar menos remoções de postagens e contas.

Zuckerberg também declarou que vai trabalhar com Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, para combater “tribunais secretos” na América Latina.

Segundo ele, a Meta reduz a identificação de conteúdos considerados problemáticos, mas minimiza erros de moderação.

Discursos de ódio e responsabilidade das big techs

Alexandre de Moraes enfatizou que, no Brasil, as redes sociais desempenharam papel importante na disseminação de discursos de ódio que resultaram nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Para ele, as plataformas têm responsabilidade, seja por dolo, negligência ou pelo objetivo de lucros.

Tenho absoluta certeza e convicção de que o Supremo Tribunal Federal não vai permitir que as big techs, as redes sociais, continuem instrumentalizadas dolosa ou culposamente, ou ainda, somente o lucro, para discursos de ódio, nazismo, fascismo, racismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”, declarou Moraes.

Redes sociais não são ‘terra sem lei’

O ministro também ressaltou que a Justiça brasileira continua a exigir que as plataformas cumpram as leis nacionais.

Moraes afirmou que o país não vai ser conivente com a instrumentalização das redes sociais para práticas ilegais ou para a disseminação de ideias antidemocráticas.

A fala de Moraes reforça o posicionamento do STF sobre a regulamentação do ambiente digital, um tema que tem gerado debates em todo o mundo, especialmente diante da crescente influência das big techs no discurso público e em eventos políticos.