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Golpes de influenciadores: até onde podemos confiar no que vemos na internet?

Com a popularidade crescente das redes sociais, influenciadores têm sido usados para divulgar produtos e serviços fraudulentos

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Com o crescimento das redes sociais, influenciadores digitais têm se tornado peças-chave em campanhas publicitárias. 

No entanto, essa popularidade também atrai golpistas, que utilizam celebridades da internet com o intuito de promoverem produtos ou serviços fraudulentos.

Esses golpes, embora disfarçados de parcerias legítimas, podem prejudicar tanto os consumidores quanto os próprios influenciadores. Mas onde termina a inocência e começa a responsabilidade?

Quando o influenciador também é vítima

Empresas fraudulentas conseguem enganar até mesmo influenciadores renomados. 

A princípio, produtos falsificados, serviços inexistentes ou aplicativos para “renda extra” são frequentemente divulgados como recomendações autênticas.

Assim sendo, um exemplo comum é o de plataformas que prometem dinheiro fácil. Um golpe envolve a oferta de cupons fiscais que, supostamente, podem ser convertidos em dinheiro. 

Para liberar o saque, a vítima precisa pagar uma taxa, geralmente acessível, como R$ 49.

Influenciadores chegam a divulgar vídeos mostrando supostos ganhos, mas consumidores que tentam usar o serviço relatam, em sites como Reclame Aqui, que nunca recebem os valores prometidos.

Nesse cenário, o influenciador também pode ser uma vítima, contratado por empresas que escondem sua verdadeira intenção. 

No entanto, especialistas alertam: é necessário mais cuidado antes de promover produtos e serviços nas redes.

Quando há má-fé do influenciador com golpes

Por outro lado há casos em que influenciadores são acusados de usar má-fé ao divulgar produtos ou serviços fraudulentos. 

Alguns chegam a utilizar vídeos falsos de resultados para enganar seus seguidores.Como resultado, esses indícios de má intenção podem levar a responsabilizações jurídicas.

Golpes populares promovidos nas redes sociais

1. Produtos falsificados

A popularidade de itens como os copos térmicos da Stanley tem atraído golpistas. Sites fraudulentos utilizam o nome da marca para oferecer brindes, promoções e até produtos falsificados. 

Em alguns casos, influenciadores são contratados para promover essas iniciativas.

A Stanley já emitiu alertas sobre essas práticas, destacando que só realiza vendas por meio de seu site oficial e não solicita pagamentos por pessoas físicas. 

Mesmo quando pesquisas são realizadas, elas nunca exigem pagamento ou entrega de informações pessoais.

2. “Funções secretas” em aplicativos

Outra prática comum envolve aplicativos populares, como a Shopee. Golpes prometem desbloquear “funções secretas” mediante o pagamento de uma taxa. 

A Shopee, no entanto, esclarece que tais funcionalidades não existem e orienta os consumidores a denunciarem qualquer promessa desse tipo.

3. Benefícios sociais como isca

Medidas políticas e benefícios sociais também são utilizados como chamariz para golpes. 

Promessas de benefícios financeiros rápidos, muitas vezes vinculadas a programas sociais, têm enganado milhares de pessoas, principalmente as mais vulneráveis.

Fraudes de influenciadores como negócio lucrativo

Além das práticas já conhecidas, há um novo tipo de influenciador surgindo nas redes sociais. Em vez de promover produtos legítimos, esses indivíduos promovem fraudes abertamente.

Esses influenciadores costumam ostentar dinheiro e ao mesmo tempo, ensinam métodos ilícitos, como golpes de phishing e fraudes no varejo online. 

Esses “guias” detalham como enganar bancos, empresas e até sistemas governamentais, e já circulam livremente nas redes sociais.

Como se proteger?

1. Desconfie de ofertas muito vantajosas: Descontos exagerados, ganhos fáceis e brindes sempre devem levantar suspeitas.

2. Verifique a credibilidade da empresa: Pesquise no site Reclame Aqui ou em outras plataformas sobre a reputação da marca antes de efetuar qualquer pagamento.

3. Evite fornecer dados pessoais: Nunca insira informações pessoais ou bancárias em links desconhecidos.

4. Denuncie práticas suspeitas: Em caso de dúvidas, entre em contato com o suporte oficial do aplicativo ou empresa envolvida.

5. Cobrança de influenciadores: Questione a autenticidade de “publis” e cobre explicações quando algo parecer inconsistente.

Responsabilidade dos influenciadores

Acima de tudo, a credibilidade é um dos maiores patrimônios de um influenciador. Por isso, é fundamental que essas figuras públicas pesquisem e verifiquem a legitimidade dos produtos e serviços que promovem. 

Além disso, a transparência com os seguidores sobre parcerias comerciais é uma forma de proteger a audiência bem como a própria imagem.

Seja como vítimas ou cúmplices, influenciadores têm papel central na disseminação de golpes na internet.