O que pensam os analistas?

Vendas do varejo nos EUA crescem abaixo do esperado em dezembro

Em termos anuais, as vendas subiram 3,90% em relação ao mesmo período do ano anterior

Ruas dos Estados Unidos - Reuters
Ruas dos Estados Unidos - Reuters

As vendas no varejo dos Estados Unidos (EUA) registraram alta de 0,4% em dezembro de 2024, comparado a novembro, como apontado em relatório divulgado pelo Census Bureau nesta quinta-feira (16).

Embora o resultado demonstre crescimento, ele ficou ligeiramente abaixo da projeção de 0,5% esperada pelos economistas, segundo dados da FactSet.

Em termos anuais, as vendas subiram 3,90% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No trimestre de outubro a dezembro, o aumento foi de 3,70% em comparação ao mesmo período de 2022, o que indica uma temporada de festas de fim de ano mais robusta do que muitos analistas previam.

Temporada de férias surpreendeu positivamente nas vendas do varejo

O desempenho das vendas de dezembro confirma um final de ano sólido para o setor varejista.

Economistas já esperavam que o relatório de vendas apresentasse resultados positivos.

O relatório de novembro superou as expectativas, com um crescimento mensal de 0,70%, impulsionado pelo aumento nas vendas online e na compra de automóveis.

As vendas de varejistas não presenciais, frequentemente um indicador do desempenho de lojas exclusivamente online, subiram impressionantes 9,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Segmentos do varejo que se destacaram

Os números de dezembro foram reforçados por performances positivas de grandes marcas.

A Costco Wholesale reportou um aumento de 9,90% nas vendas líquidas anuais em dezembro, com o comércio eletrônico em alta de 34%.

Já marcas como Lululemon Athletica, Abercrombie & Fitch, American Eagle Outfitters e Nordstrom ajustaram para cima suas projeções de receita no quarto trimestre fiscal.

Abercrombie e American Eagle, em particular, anunciaram recordes históricos de vendas em dezembro.

Divergências no setor

Apesar dos resultados promissores, o desempenho variou de acordo com o segmento.

Enquanto algumas empresas expressaram otimismo, outras enfrentaram dificuldades. Por exemplo, a Macys e a Signet Jewelers relataram vendas mais fracas do que o esperado, o que levantou dúvidas sobre se os bons resultados gerais foram “um caso isolado ou uma tendência”, conforme destacou o analista Michael Lasser, da UBS.

E quais são as perspectivas para o varejo daqui para frente?

O relatório de vendas no varejo de dezembro segue a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) pelo Bureau of Labor Statistics, que apontou um aumento anual de 2,90% nos preços em dezembro.

Este resultado supera os 2,8% projetados e indica uma inflação em alta, o que pode influenciar a política de juros do Federal Reserve (FED).

O aumento nos preços ao consumidor em dezembro provavelmente força os investidores a esperar até o segundo trimestre para o próximo corte nas taxas de juros”, afirmou Jeffrey Roach, economista-chefe da LPL Financial.

Se um número suficiente de famílias continuar com uma base financeira sólida, a economia pode sustentar seu crescimento, e mantém as pressões inflacionárias elevadas.

A solidez no consumo, aliada a um mercado de trabalho aquecido, reforça a expectativa de que o Federal Reserve (FED) mantenha as taxas de juros estáveis na próxima reunião, marcada para este mês.

As informações são de Barron’s.