Endurecimento da lei

Trump arma ofensiva à imigração com decretos executivos, diz CNN

Essas ações terão impacto direto em milhões de pessoas nos Estados Unidos (EUA) e na fronteira com o México, de acordo com o que fontes próximas às discussões reportaram

Trump arma ofensiva à imigração com decretos executivos, diz CNN
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A equipe do presidente eleito Donald Trump finaliza um conjunto abrangente de decretos executivos que devem ser divulgados imediatamente após sua posse, em sinalização a uma política agressiva contra a imigração.

Essas ações terão impacto direto em milhões de pessoas nos Estados Unidos (EUA) e na fronteira com o México, de acordo com o que fontes próximas às discussões reportaram à CNN.


Trump arma mudança radical nas políticas de imigração

Esse pacote de medidas representa uma guinada drástica nas políticas de imigração em comparação à administração do democrata Joe Biden.

Ele visa afetar tanto os imigrantes residentes nos Estados Unidos quanto aqueles que buscam asilo na fronteira sul.

Entre os planos estão:

  • Varreduras do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) em grandes áreas metropolitanas;
  • Envio de recursos do Pentágono para reforçar a fronteira entre os Estados Unidos (EUA) e o México;
  • Restrições adicionais de entrada no País, em reversão às políticas adotadas durante a administração Joe Biden.

Você vai ver aviões de remoção, relatos de prisões acontecendo e ações do ICE em jurisdições”, afirmou uma fonte à CNN.

Nos primeiros 30 dias e, especialmente, nos primeiros 100 dias, espere uma sequência consistente de ações.


Reforço na segurança e foco em imigrantes com antecedentes criminais

As operações iniciais visam alvo imigrantes indocumentados com histórico criminal, especialmente em grandes cidades como Washington, Denver e Chicago.

No entanto, outros imigrantes encontrados durante essas operações podem ser detidos.

Entre os principais nomes envolvidos no planejamento estão:

  • Kristi Noem, governadora de Dakota do Sul, indicada como secretária de segurança interna;
  • Tom Homan, nomeado czar da fronteira;
  • Stephen Miller, vice-chefe de gabinete para política e conselheiro de segurança interna.

Stephen Miller declarou na Fox News que todas as agências federais relevantes estarão alinhadas para combater contrabando, cartéis e imigração ilegal. “Não se pode ter segurança nacional sem uma fronteira protegida e defendida”, afirmou.


Mais planos do governo Donald Trump para combater a imigração ilegal

Entre as medidas em discussão estão:

  1. Declaração de Emergência Nacional para aumentar os recursos do Pentágono na fronteira;
  2. Proclamação para suspender a entrada de certos grupos na fronteira sul;
  3. Reavaliação da cidadania por nascimento e análise da aplicabilidade do Alien Enemies Act de 1798;
  4. Fim do programa de liberdade condicional humanitária, que atualmente beneficia cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos.

Essas mudanças podem colocar centenas de milhares de migrantes em uma situação de incerteza quanto à sua permanência nos Estados Unidos (EUA).


Cidades-santuário serão pressionadas

A nova administração promete endurecer a fiscalização em cidades-santuário – locais que limitam a cooperação com autoridades federais de imigração.

Tom Homan, crítico ferrenho dessas jurisdições, afirmou que essas políticas dificultam a captura de criminosos.

Se vocês não cooperarem, enviaremos agentes para encontrar criminosos, e eles podem estar com outros imigrantes indocumentados. Esses também serão presos”, declarou Homan.

O programa 287G, que permite parcerias entre o ICE e autoridades locais, vai ser expandido como parte da estratégia.


Trump vai ordenar aumento na demanda por recursos

A implementação dessas ações exige investimentos significativos. De acordo com Homan, serão necessários 100 mil leitos de detenção – mais que o dobro dos 40 mil atualmente disponíveis – e um aumento no número de agentes do ICE.

Empresas do setor imobiliário já exploram oportunidades para fornecer infraestrutura de detenção, revelaram fontes próximas às negociações à CNN.


Revisão do sistema de asilo e reforço na fronteira

Trump também planeja reintroduzir políticas do seu primeiro mandato, como o programa “Permaneça no México”, que obriga migrantes a aguardarem no país vizinho enquanto seus pedidos de asilo são processados.

Além disso, estão em andamento negociações para reativar os Acordos de Cooperação de Asilo, que permitem o envio de solicitantes de asilo para outros países.


Trump alimenta um cenário com muitos desafios e polêmicas

Com uma fronteira menos movimentada em comparação ao final do mandato de Joe Biden, Trump utiliza sua autoridade executiva para implementar mudanças drásticas.

Contudo, especialistas alertam que essas ações podem enfrentar desafios legais e políticos significativos, especialmente em relação à cooperação do Congresso norte-americano para aprovação de novos recursos.