Na última segunda-feira (20), o presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos deixarão, pela segunda vez, o Acordo de Paris, em uma guinada em direção a políticas voltadas à exploração de combustíveis fósseis.
Além disso, Trump declarou uma ”Emergência Energética Nacional” como parte de um plano para expandir drasticamente a produção de petróleo e gás, e destacou que o foco vai ser a redução de custos e a superação da crise energética.
A saída do Acordo de Paris e seus impactos globais
A decisão de abandonar o Acordo de Paris implica que a saída formal vai ocorrer um ano após a notificação oficial às Nações Unidas, responsáveis pela organização do pacto climático global.
Essa ação representa um golpe significativo nos esforços multilaterais para combater o aquecimento global, especialmente em um momento crítico em que temperaturas globais ultrapassaram o limite de 1,5ºC pela primeira vez em dois anos.
Emergência energética e o retorno ao “domínio energético americano“
Em seu discurso de posse, Donald Trump anunciou medidas robustas para priorizar a exploração de petróleo e gás e descartou regulamentações ambientais mais rigorosas adotadas durante a administração Joe Biden.
“A crise inflacionária foi causada por gastos excessivos massivos e pelo aumento dos preços da energia, por isso que hoje declararei uma emergência energética nacional. Vamos ‘perfurar, querida, perfurar!’”, afirmou o presidente.
Trump ridicularizou normas que favorecem veículos elétricos, chamou-as de “mandatos desnecessários”, enquanto prometia reverter regulamentações que restringem a produção de combustíveis fósseis.
“Voltaremos a ser uma nação rica, esse ouro líquido sob nossos pés ajuda a alcançar isso”, acrescentou.
Com Trump, aumento das temperaturas globais pode ser acelerado
O consenso científico aponta que a intensificação do uso de combustíveis fósseis tem sido um dos principais fatores para o aumento das temperaturas globais e para a ocorrência de desastres climáticos cada vez mais severos.
Apesar disso, Trump e seus aliados defendem que ampliar a exploração de petróleo seria essencial para reduzir custos e impulsionar a economia.
Durante seu discurso, Trump afirmou que seu governo vai usar “os vastos poderes à disposição” para reduzir os custos de energia e produtos, uma de suas principais promessas de campanha.
Mudanças na política de veículos elétricos
A administração Trump pretende reverter regulamentações que promovem veículos elétricos e híbridos, para criar um ambiente favorável à indústria de combustíveis fósseis, inclusive com a aprovação de novos projetos de exportação de gás natural na Costa do Golfo.
Analistas destacam que, com a administração Biden, focada no clima, a produção de petróleo dos EUA já havia atingido níveis recordes.
No entanto, Trump promete ir além e abrir as “torneiras de petróleo do País a todo vapor”.
Uma saída controversa e o futuro da cooperação internacional
Simon Stiell, secretário executivo da ONU para Mudança Climática, manteve um tom esperançoso ao comentar a decisão: “A porta continua aberta para o retorno ao acordo. O crescimento global das energias limpas, avaliado em 2 trilhões de dólares apenas no último ano, foi o acordo de crescimento econômico da década. Adotá-lo significa enormes benefícios, milhões de empregos e ar limpo”.
Enquanto isso, críticos alertam que a decisão dos Estados Unidos (EUA) pode desmotivar outras grandes potências emissoras, como China e Índia, a cumprirem seus compromissos climáticos.