ATUALIZAÇÕES DE MOVIMENTAÇÕES DO IBOVESPA:
- – 10:05: Ibovespa: +0,29%, aos 125.515,23 pontos.
Retorno da China impacta os mercados por todo o mundo
Após uma semana de feriado devido à Golden Week, os investidores da China retornaram ao mercado financeiro na noite de terça-feira (4) e reagiram com cautela às tensões comerciais entre Pequim e Washington.
Apesar do clima de incertezas, ainda persiste a esperança de um acordo entre as duas maiores economias, assim como ocorreu anteriormente com México e Canadá.
Alphabet (GOGL34) despenca no After Hours
No pregão estendido em Nova York (NY), as ações de Alphabet, negociadas no Brasil em BDRs pelo código GOGL34, sofreram uma queda expressiva de 7,50%, como um reflexo da frustração dos investidores com as receitas consolidadas do quarto trimestre de 2024.
Apesar de um crescimento anualizado de 11,70%, ao total de US$ 96,40 bilhões, os resultados ficaram abaixo das projeções de US$ 96,70 bilhões.
Declarações de Donald Trump elevam tensão geopolítica
Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, causou alvoroço ao declarar sua intenção de assumir o controle da Faixa de Gaza “por um longo período de tempo“.
O político sugeriu a possibilidade de enviar tropas à região e afirmou: “Se pudermos resolver a situação sem guerra, ótimo“. As declarações geraram forte reação no mercado financeiro, e, com isso, provocou a queda nos índices futuros das bolsas de Nova York (NY).
Agenda observada de perto pelos investidores
O mercado financeiro global monitora a divulgação de indicadores. Nos EUA, a pesquisa de empregos ADP pode sinalizar um desaquecimento do mercado de trabalho, e isso abririra espaço para apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (FED).
Serão divulgados ainda os índices de serviços da Zona do Euro e dos Estados Unidos, fundamentais para a compreensão da conjuntura macroeconômica global.
Desempenho da produção industrial no Brasil
No Brasil, os resultados da indústria podem apontar para uma tendência de desaceleração. A produção industrial de dezembro deve registrar queda de 1,2% na mediana apurada pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, enquanto o crescimento esperado para 2024 chega a 2,90%.
O economista João Carmo, da MCM 4intelligence, destaca: “Vemos uma desaceleração da indústria e da atividade econômica no último trimestre de 2024, como apontado pelas pesquisas setoriais do IBGE em novembro“.
Economistas divergem sobre a intensidade da retração. Homero Guizzo, da Terra Investimentos, projeta uma queda ainda maior para a produção industrial de dezembro, estimada em 2,2%, o pior resultado entre as previsões.
A leitura mais conservadora do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) reforça a preocupação com a inflação e o impacto da desancoragem das expectativas de mercado.
Alerta às regras fiscais e tributação dos fundos de investimento
Estudo realizado pelo ex-secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, e pelo consultor da Câmara dos Deputados, Dayson Almeida, aponta um aumento de R$ 22,8 bilhões nas despesas obrigatórias para o Orçamento deste ano, que soma-se ao impacto do pacote fiscal aprovado no final de 2024.
Paralelamente, deputados federais articulam a derrubada do veto presidencial que revogou a isenção fiscal dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) e dos Fiagros, o que aumenta as incertezas no mercado de capitais.
Dólar em queda e reação do mercado de câmbio
O dólar segue em uma sequência de desvalorização, e acumula doze pregões consecutivos de baixa – a maior desde o lançamento do Plano Real.
Na terça-feira (4), a moeda caiu 0,75%, e atingiu a cotação de R$ 5,7724.
A tendência de enfraquecimento do dólar tem sido impulsionada pela estratégia de recuo de tarifas do governo dos Estados Unidos (EUA) e pelo alto diferencial de juros oferecido pelo Brasil, o que torna o real uma opção atrativa para investidores estrangeiros.
O economista Fábio Astrauskas, CEO da Siegen, comenta: “Esperava-se um cenário mais turbulento para o câmbio no início do ano, mas a combinação de fatores externos e a política monetária brasileira sustentam a valorização do real“.
E como ficou o Ibovespa?
Na terça-feira (4), o Ibovespa recuou 0,65%, aos 125.147,00 pontos, pressionado pelo desempenho negativo de grandes empresas como Vale (VALE3), Petrobras (PETR3)(PETR4) e Azul (AZUL4). No entanto, algumas companhias registraram ganhos expressivos, como Braskem (+3,8%) e Natura (+2,8%).
Nos Estados Unidos, o Nasdaq 100 liderou os ganhos, com alta de 1,34%, impulsionado pela valorização de 24,00% das ações da Palantir Technologies, que surpreendeu o mercado com resultados robustos e forte demanda por soluções de inteligência artificial (IA).
Expectativas para os próximos dias
A atenção dos investidores se concentra nos próximos indicadores, como a divulgação do Payroll nos EUA e o posicionamento do Federal Reserve (FED) sobre os juros.
No Brasil, os balanços do Itaú (ITUB4) e do Santander (SANB11) – este último divulgado na manhã desta quarta-feira (5) – trarão novos elementos para avaliar o cenário econômico e as perspectivas do mercado financeiro ao longo do ano de 2025.