A expectativa em torno da reforma ministerial do governo Lula tem causado descontentamento em partidos historicamente aliados ao presidente, como PDT e PSB.
As siglas, que defendem pautas mais alinhadas ao governo, alegam estar sendo preteridas em meio à pressão de partidos do Centrão por mais espaço na Esplanada dos Ministérios.
PDT cobra maior reconhecimento
Atualmente, o PDT ocupa o Ministério da Previdência com Carlos Lupi, presidente licenciado do partido. Com 18 deputados federais, a legenda reivindica maior reconhecimento por sua fidelidade ao governo Lula.
Parlamentares pedetistas argumentam que, apesar do apoio consistente às pautas do Executivo, o partido “não está sendo atendido com a dignidade que merece”.
Além disso, há queixas de que Lupi sofre boicote dentro do governo e não recebe o devido crédito por seu trabalho à frente da pasta.
A insatisfação se agrava diante da possibilidade de que novos espaços sejam concedidos a legendas que não demonstram a mesma lealdade ao governo.
PSB teme novo esvaziamento
O PSB, por sua vez, acompanha com preocupação as movimentações da reforma ministerial, principalmente diante das especulações de que o partido pode perder espaço na Esplanada.
A maior preocupação recai sobre a permanência de Geraldo Alckmin no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Há rumores de que o vice-presidente poderá deixar a pasta, que seria entregue ao ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Internamente, membros do PSB consideram essa possibilidade um “absurdo”, visto o papel crucial do partido na eleição de Lula.
O avanço do Centrão no governo Lula
A insatisfação de PDT e PSB contrasta com a crescente pressão do Centrão por mais influência no governo. O PSD, que já ocupa três ministérios, busca substituir o Ministério da Pesca por uma pasta mais relevante.
Além disso, há articulações para que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) também seja contemplado com um ministério.
O Republicanos, partido do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), é outro que deve ganhar mais espaço. Nos bastidores, também há movimentações para que o Ministério das Relações Institucionais passe a ser comandado pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL).