As ações da Azul (AZUL4) demonstraram forte recuperação nesta quinta-feira (6) e reverteram a tendência de queda observada no pregão anterior.
O movimento ocorre na esteira do anúncio da companhia sobre um aumento de capital de até R$ 6,10 bilhões.
Os papéis da empresa aérea chegaram a figurar como a segunda maior alta do Ibovespa (IBOV) durante o dia. Apesar de perderem essa posição ao longo da sessão, ainda encerraram o pregão em alta, a 3,42% e sendo cotados a R$ 3,92.
A valorização desta quinta-feira reflete um movimento de correção, após a expressiva queda de 8% registrada na véspera.
Fusão com Gol (GOLL4) impacta as ações de Azul (AZUL4)
Além da correção técnica, os papéis da Azul e da Gol (GOLL4) foram impulsionados pelas recentes notícias sobre a fusão entre as duas companhias. No encerramento do pregão, os papéis da Gol (GOLL4) registrou uma valorização expressiva de 9,2%, negociados a R$ 1,52.
Governo define prazo para concluir fusão entre Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
As ações da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) ganharam impulso adicional após a assinatura de um memorando de entendimento (MoU) entre as empresas, que formalizou o compromisso para a fusão. O governo federal já estipulou um prazo para a conclusão desse processo.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos – PE), afirmou em entrevista que o governo aguarda que a fusão seja concluída em um período de até doze meses.
“ Esse prazo o CADE [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] tem colocado. As companhias aéreas estão no processo de dar entrada na documentação“, afirmou Costa Filho durante participação no programa Bom Dia, Ministro, transmitido por emissoras de rádio.
O ministro destacou que reuniões foram realizadas com executivos das principais empresas do setor aéreo, incluídas Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Latam.
Além disso, uma reunião com o presidente do CADE, Alexandre Cordeiro Macedo, foi prevista para a próxima semana, com a pretensão de acompanhar o andamento da fusão.
Silvio Costa Filho ressaltou que o governo se atenta aos impactos da fusão no mercado de passagens aéreas e garantiu que não vai permitir aumentos abusivos que possam prejudicar os consumidores.
“ Caso essa fusão venha a acontecer, não vamos aceitar aumentos de passagens que prejudiquem a população. O CADE tem que ter um olhar para isso“, afirmou.
O ministro destacou que, apesar do aumento do dólar no final do ano passado, houve uma redução média de 5,00% no custo das passagens aéreas.
Ele frisou ainda que o governo acompanha de perto essa evolução para garantir que os consumidores não sejam prejudicados.
Além disso, ele mencionou que as companhias aéreas planejam adquirir cerca de 50 novas aeronaves nos próximos meses, o que deve contribuir para o fortalecimento da aviação regional no Brasil.
Mais detalhes sobre o acordo para a fusão de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)
No dia 15 de janeiro, a Azul e a holding Abra, controladora da Gol, assinaram um memorando de entendimento para dar início às negociações de fusão. Caso a operação se concretize, a nova companhia passa a deter aproximadamente 60% do mercado aéreo brasileiro.
A efetivação do acordo foi condicionada à conclusão do processo de recuperação judicial da Gol (GOLL4) nos Estados Unidos, prevista para abril.
O memorando prevê uma estrutura de governança compartilhada, com a futura empresa administrada por três membros do conselhos de administração indicados pela Abra, três pela Azul e três independentes.
O CEO da Azul, John Rodgerson, vai assumir o cargo de presidente executivo da nova companhia assim que a fusão for aprovada pelo CADE e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Mesmo após a fusão, as marcas Gol e Azul continuarão a operar de forma independente. Entretanto, vai haver compartilhamento de aeronaves e rotas, que permita uma maior integração entre voos e otimize a conexão entre grandes centros urbanos e destinos regionais.