ATUALIZAÇÕES DE MOVIMENTAÇÕES DO IBOVESPA:
- – 10:04: Ibovespa: +0,14%, aos 125.743,21 pontos.
Resumo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, com divulgação prevista para às 9:00, apresentou uma expressiva desaceleração. O principal fator para essa queda foi o impacto dos bônus de Itaipu sobre as tarifas de energia elétrica.
No entanto, analistas do mercado financeiro alertam que a inflação subjacente continua como o principal foco, uma vez que os núcleos da inflação devem apresentar leve aceleração.
Habitação registrou redução significativa devido à queda de 14% na energia elétrica residencial, enquanto Alimentação e Bebidas continuam a pressionar o índice, apesar de uma expectativa de moderação. Transportes, por sua vez, aceleraram devido à alta nos preços das passagens aéreas.
Confira mais informações sobre a divulgação do índice aqui.
Mais indicadores: Investidores observam as primeiras prévias de janeiro do Índice de Preços ao Consumidor – Fipe (IPC-Fipe) e do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Números regionais da produção industrial de dezembro foram informados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção da indústria nacional apurou uma queda de 0,30% na passagem de novembro para dezembro, com recuos em sete dos quinze locais pesquisados. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional.
Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou inflação de 0,390% na primeira prévia de fevereiro, após alta de 0,330% na mesma leitura do mês passado.
O IPC-Fipe, por sua vez, subiu 0,170% na 1ª quadrissemana de fevereiro, após alta de 0,24% em janeiro.
BCs: Ao meio-dia, investidores observam Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), que presta o seu depoimento semestral sobre política monetária no Senado norte-americano.
Três dirigentes do Federal Reserve (FED) participam de eventos públicos: Beth Hammack (10:50), John Williams e Michelle Bowman (17:30). O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, discursa às 9:15.
Balanços: Antes de abertura dos mercados, Coca-Cola e BP reportam seus números financeiros relativos ao quarto trimestre. Após o fechamento dos mercados, AIG, América Movil (México) e Super Micro Computer lideram a bateria de resultados corporativos.
Novas tarifas de Donald Trump
Nos Estados Unidos (EUA), as novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump sobre aço e alumínio vão impactar diretamente o Brasil. A medida impõe uma tarifa de 25% sobre as importações desses produtos e revoga isenções e cotas para grandes fornecedores, como Brasil, Canadá e México. Trump declarou que ” os 25% valem para todos, sem abordagens ou isenções“.
Essa decisão pode desencadear uma nova guerra comercial, com efeitos sobre a economia global. Especialistas apontam que o Brasil seria duramente atingido, já que 48% das exportações brasileiras de aço têm os Estados Unidos como destino. No caso do alumínio, esse percentual chega a 16%.
A consultoria Eurasia avalia que o Brasil pode sofrer duplamente, não apenas com tarifas setoriais, mas também com medidas de reciprocidade de tarifas adotadas por parceiros comerciais dos Estados Unidos (EUA).
Repercussão das tarifas pelo Brasil e ao redor do mundo
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), optaram por uma postura cautelosa e não comentaram sobre eventuais retaliações. Uma retaliação pode pressionar a inflação interna, o que tornaria a política monetária ainda mais desafiadora.
Na Europa, as reações foram imediatas.
O chanceler alemão Olaf Scholz e o presidente francês Emmanuel Macron defenderam uma resposta rápida da União Europeia, enquanto Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), alertou que as tensões comerciais trazem incertezas para a inflação na Zona do Euro.
Nos EUA, em meio às declarações de Donald Trump, Nasdaq 100 avançou 0,98%, para 19.714,27 pontos. O S&P 500 ganhou 0,67% (6.066,44). Houve uma alta de 0,38% no Dow Jones, para 44.470,41 pontos.
Haddad mantém agenda de reuniões
No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mantém reunião às 14:00 com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), para discutir pautas econômicas prioritárias para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seguida, às 15:30, o ministro se encontra com o mandatário no Palácio do Planalto, junto às ministras Simone Tebet (MDB-MS), do Planejamento e Orçamento, e Esther Dweck (PT), da Gestão e Inovação, para discutir ajustes no Orçamento de 2025. Rui Costa (PT-BA), ministro da Casa Civil compõe a reunião da Junta de Execução Orçamentária.
A principal pauta econômica diz respeito à isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, medida que o governo pretende financiar com tributação sobre rendas superiores a R$ 50 mil.
Haddad indicou que existe disposição para reabrir o debate sobre supersalários, uma decisão que agora depende inteiramente do Senado Federal.
Gabriel Galípolo
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), se reúne às 15:00 com o presidente do Goldman Sachs, Durão Barroso.
Como o mercado financeiro se comportou ontem?
No mercado financeiro, as novas tarifas de Donald Trump impactaram inicialmente os preços das ações do setor siderúrgico, mas investidores passaram a apostar que a medida pode ser revertida.
A Gerdau (GGBR4) registrou forte valorização de 5,2%, assim como a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que subiu 4,8%. Outras siderúrgicas, como Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), também apresentaram ganhos.
A CSN (CSNA3) vende produtos laminados de alto valor agregado aos norte-americanos. Ainda entre os fabricantes que mais devem perder com a barreira tarifária, estão a ArcelorMittal e a Ternium, produtoras de aço semiacabado (placas).
O índice Ibovespa (IBOV) avançou 0,76%, a 125.571,00 pontos, impulsionado pelo bom desempenho das commodities e dos bancos.
Commodities: O preço do minério de ferro subiu 0,8% na China, enquanto o petróleo Brent registrou alta de 1,62%, negociado a US$ 75,86 por barril.
DIs:
- – o DI para janeiro de 2026 marcava 14,975% (de 15,020%);
- – o DI para janeiro de 2027 marcava 15.160% (de 15.195%);
- – o DI para janeiro de 2029 marcava 14.885% (14.900%);
- – o DI para janeiro de 2031 marcava 14.840% (14.820%);
- – o DI para janeiro de 2033 marcava 14.770% (14.770%).
Dólar: No câmbio, o real recebeu suporte do aumento das commodities e do fluxo estrangeiro.
O dólar fechou com leve queda de 0,130%, cotado a R$ 5,7860, mas analistas alertam que o protecionismo dos Estados Unidos (EUA) pode pressionar a moeda brasileira a superar novamente os R$ 5,80.
Expectativas para a política monetária no Brasil
As novas tarifas de Donald Trump e a incerteza fiscal brasileira podem dificultar o trabalho do Banco Central (BC) na definição da taxa básica de juros Selic.
O Boletim Focus indicou aumento nas projeções para a inflação, com a mediana para o IPCA de 2025 a 5,58%, bem acima do teto da meta de 4,50%.
Com isso, existe a perspectiva de que o Banco Central adote uma postura cautelosa e mantenha sua flexibilidade nas decisões sobre a taxa de juros básicos e condução da política monetária.