
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou clara sua insatisfação com a atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e indicou que mudanças podem ocorrer na cúpula do órgão.
Durante entrevista à rádio Diário FM, de Macapá (AP), na quarta-feira (12), Lula criticou a morosidade para liberar a prospecção de petróleo na foz do Rio Amazonas: “O Ibama, um órgão do governo, parece um órgão contra o governo”, afirmou.
O descontentamento presidencial aumenta a pressão sobre Rodrigo Agostinho, atual presidente do Ibama, vinculado ao PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), e aliado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede).
Apesar da tensão, Lula defendeu Marina Silva e destacou que a demora não seria responsabilidade da ministra, informou a colunista Vera Rosa, do jornal O Estado de S.Paulo.
Márcio Macêdo surge como nome para o Ibama
Nos bastidores do Palácio do Planalto, o nome mais ventilado para suceder Agostinho tem sido o do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo (PT), biólogo com histórico de atuação ambiental.
Enquanto isso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi sondada para ocupar o posto de Macêdo, com a intenção de fortalecer a articulação política com movimentos sociais.
COP-30 pressiona decisão, mas Alcolumbre também
A urgência de Lula está relacionada à proximidade da COP-30, em novembro, em Belém, e à pressão do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que cobra agilidade nas licenças para exploração na Margem Equatorial.
Em reunião recente com o presidente da República, Alcolumbre criticou os entraves do Ibama e ressaltou os impactos econômicos para seu estado, o Amapá.