Câmbio

DÓLAR HOJE - Possível acordo comercial entre EUA e China, expectativas de inflação e juros influenciam o câmbio

Moeda inicia o dia em leve alta e mantém cotação de R$ 5,70

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra): +0,46%, cotado a R$ 5,730.
  • – 9:07: Dólar comercial (compra): +0,04%, cotado a R$ 5,708.

No último pregão…

Na última quinta-feira (20), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,4%, cotado a R$ 5,704.

O que influencia o dólar?

O presidente do Federal Reserve (Fed) de St. Louis, Alberto Musalem, indicou que a autoridade monetária pode enfrentar dificuldades para equilibrar metas de emprego e inflação, em discurso na última quinta-feira (20).

Ou seja, o aumento das expectativas inflacionárias de curto prazo pode levar o Federal Reserve (FED) a manter juros elevados por mais tempo, o que tende a fortalecer o dólar.

Apesar disso, a incerteza sobre as políticas tarifárias da nova administração Donald Trump e a possibilidade de um acordo comercial com a China adicionam volatilidade ao mercado financeiro.

Se um acordo for visto como positivo para o crescimento global, pode reduzir a busca por segurança no dólar, o que levaria à sua desvalorização.

Na China, o anúncio de estímulos ao consumo interno impulsiona expectativas de crescimento, o que pode beneficiar moedas de países exportadores de commodities, ao reduzir a demanda por dólar como ativo seguro.

Do âmbito geopolítico, a tentativa de mediação dos EUA na guerra entre Rússia e Ucrânia pode trazer um tom positivo para os mercados, com alivio nas pressões sobre o dólar se um acordo for concretizado.

Por outro lado, a escalada de tensão no Oriente Médio, com os acontecimentos que envolvem Hamas e Israel, aumenta a aversão ao risco. Isso pode fortalecer o dólar como refúgio seguro, especialmente se o conflito se intensificar e afetar o mercado de petróleo.

Brasil

Nesta sexta-feira (21), o mercado financeiro local permanece com uma agenda de indicadores esvaziada.

Do lado dos eventos, investidores monitoram a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), ao vivo ao Portal ICL, às 9:00.

Além disso, diretores do Banco Central (BC)Diogo Guillen e Paulo Picchetti, fazem reunião trimestral com economistas dos Grupos 7 e 8, às 9:00 e 11:30, respectivamente. Nilton David (BC) participa de uma live do Bradesco BBI.

Ao resgate da popularidade

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), retornou do Oriente Médio e enfrenta o desafio de equilibrar a agenda popular do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o compromisso de responsabilidade fiscal.

Ao chegar de madrugada, sua única agenda em Brasília foi um almoço no Palácio do Planalto com Sidônio Palmeira, novo secretário de Comunicação Social, peça-chave para recuperar a popularidade do presidente da República.

Enquanto Haddad esteve fora, ministros se reuniram na Granja do Torto e apontaram problemas econômicos como a crise do Pix, taxação de compras internacionais e inflação dos alimento.

As críticas mais duras partiram de Rui Costa (PT-BA)(Casa Civil) e Alexandre Silveira (PSD-MG)(Minas e Energia), que cobraram explicações sobre a queda na popularidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), evidenciada pela pesquisa Datafolha.

Apesar das pressões, Lula defendeu Haddad e garantiu que seu governo vai manter a responsabilidade fiscal, em reforço à confiança no ministro da Fazenda.

Na entrevista ao ICLHaddad pode ser questionado sobre as críticas internas, mas deve manter o foco na agenda econômica alinhada ao governo.

O mercado observa atentamente seu comprometimento, especialmente diante das prioridades da Fazenda, como a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e o crédito consignado privado.

A equipe econômica acredita que essas medidas simplificarão operações e melhorarão o acesso ao crédito, principalmente para micro e pequenas empresas, por meio de uma Medida Provisória.

Outra proposta em andamento envolve o uso de pagamentos eletrônicos como garantia para empresas, além da ampliação de garantias no crédito, a depender apenas de regulamentação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta nessas medidas para recuperar a popularidade e insiste que favorecerão pequenos e médios empreendedores, e classifica-as de “a maior política de crédito do País”.

O mercado financeiro, porém, teme que a injeção de dinheiro na economia pressione ainda mais a inflação, embora perceba certo alívio nos riscos fiscais nas últimas semanas.

Após a entrevista, Haddad se reúne com Rogério Xavier, sócio executivo da SPX Investimentos, em mais um compromisso estratégico para a condução da política econômica.

EUA

Nesta sexta-feira (21), o mercado norte-americano observa o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto em versão preliminar de fevereiro.

Além disso, a Universidade de Michigan informa seu índice que mede a confiança do consumidor por lá.

E, ainda, vai ser monitorado o discurso do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, às 13:30.

Tréguas

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, apesar das tarifas de 10% sobre importações, manifestou interesse em um acordo comercial maior com a China e elogiou sua relação com Xi Jinping.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que ligaria para Pequim para cobrar um reequilíbrio econômico por parte dos chineses.

A reaproximação entre EUA e China, somada ao possível acordo de paz na Ucrânia, aliviou o dólar globalmente e fortaleceu o real com promessas de estímulos chineses.

Pressionado por Trump, Voladymyr Zelensky demonstrou disposição para negociar, ao afirmar buscar um acordo forte com os EUA, enquanto Bessent sinalizou possível retirada de sanções contra a Rússia.

Ásia

Japão – A inflação ao consumidor no Japão subiu de 3,6% em dezembro para 4,0% em janeiro, maior nível em dois anos, o que fortalece as expectativas de um aperto monetário pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês).

O PMI Composto avançou de 51,10 em janeiro para 51,60 pontos em fevereiro, enquanto o PMI Industrial subiu de 47,30 para 48,60 pontos, ainda em contração.

O setor de serviços manteve crescimento, com o PMI de 53,00 para 53,10 pontos, uma expansão contínua da atividade econômica.