O BTG Pactual demonstrou preocupação com a Vibra Energia (VBBR3), após a companhia apresentar resultados ‘mornos’ no 4º trimestre de 2024. Diante disso, o banco mantém a ação como sua preferida do setor de combustível, mas reconhece que atualmente ela está menos atraente frente a outras opções no mercado.
“Os resultados do 4º trimestre ficaram em linha com as expectativas, mas não foram suficientes para responder à pergunta crítica do setor: qual deve ser a margem de reposição da empresa?”, questiona os analistas do BTG.
A margem EBITDA (lucro antes juros e amortização) reportada foi a mais baixa desde o 2º trimestre de 2023, refletindo a dificuldade do setor em se recuperar de desafios recentes, como o aumento nos custos e a volatilidade da mistura de biodiesel.
Excluindo vendas de ativos e ganhos fiscais, a margem da Vibra ficou em R$ 124/m³, ligeiramente abaixo dos R$130/m³ previstos.
Embora a reação do mercado não seja negativa, pois a estimativa de mercado estava em R$129/m³, os analistas do BTG Pactual acreditam que a melhoria esperada para o 1º trimestre de 2025 poderá compensar as dinâmicas desfavoráveis observadas no final de 2024.
Falta de ganhos de participação de mercado
Outro ponto de preocupação para os analistas é a evolução da participação de mercado da Vibra, que perdeu 28bps no ciclo diesel + Otto no 4º trimestre, mesmo com margens mais baixas em relação ao trimestre anterior.
A Vibra também teve uma redução de 126 POS, o que deixa pouco espaço para otimismo no curto prazo.
Embora a empresa tenha recuperado 44bps em janeiro, os analistas alertam que um único dado não é suficiente para confirmar uma tendência.
“Embora o dado de janeiro mostre alguma recuperação, ele não estabelece uma tendência sólida. A performance dos concorrentes também foi parecida, o que sugere que os ganhos de participação de mercado podem ter sido impulsionados por uma janela de importação limitada”, afirma o time do BTG Pactual.
Por outro lado, a Vibra apresentou pontos positivos.
A geração de FCFE foi de R$ 392 milhões, com um rendimento de 2,4% no trimestre e 10% anualizado. Além disso, a companhia anunciou dividendos de R$ 562 milhões para 2024 e R$ 350 milhões para 2025.
Isso representa um rendimento de 8,5% com base no valor de mercado atual.
A alavancagem, por sua vez, ficou em 1,7x ND/EBITDA, um aumento leve em relação ao trimestre anterior.
Como fica a recomendação do BTG para Vibra após balanço do 4° trimestre?
Apesar dos desafios, os analistas do BTG mantêm a recomendação de COMPRA para as ações da Vibra, ao destacar que a ação continua sendo uma das principais escolhas do setor de distribuição de combustíveis, com potencial de valorização no longo prazo.
A VBBR3 está sendo negociada abaixo de 7x P/E para 2025, com a perspectiva de uma margem EBITDA de R$160/m³ e EBITDA da Comerc de R$ 1,2 bilhões.
No entanto, os analistas do banco ressaltam que as expectativas de lucro estão inclinadas para baixo devido ao potencial desaceleramento econômico e o aumento das taxas de juros.
Com um rendimento de dividendos mais baixo em 2025, a recomendação de compra, embora positiva, é mais relativa em relação a outros nomes do setor.
“Embora a Vibra continue sendo nossa principal escolha no setor de combustíveis, acreditamos que o cenário econômico e a pressão sobre os dividendos tornam a ação menos atraente frente a outras opções no mercado”, concluíram os analistas do BTG.