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As ações da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (CBAV3) operam em queda nesta quarta-feira (26), um dia após a companhia informar seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2024. Por volta das 11:15, os papéis caíam 4,2% a R$ 5,64.
Esse cenário de queda pode ser explicado pelos desafios enfrentados pela companhia no período. O principal deles foi a dívida, que fechou 2024 com alta de 66% a R$ 3,910 bilhões.
Apesar disso, a alavancagem da companhia caiu para 2,84x a dívida líquida sobre o EBITDA (lucro antes juros e amortizações), uma melhora significativa frente às 7,70x registradas no ano anterior.
Outro ponto negativo do balanço foi o custo relacionado ao carryover de seu contrato de energia de 2008, que deverá mais que dobrar.
Segundo o BTG Pactual, esse impasse deve impactar negativamente o EBITDA da companhia em 2025.
Esse aumento no custo do contrato de swap, que deve ir de US$ 45/MWm para US$ 100/MWm, já foi incorporado nas estimativas do banco, mas ainda é uma preocupação para o futuro.
Mesmo com esses obstáculos, o BTG considera que a CBA entregou resultados sólidos no último trimestre, impulsionados principalmente pela valorização do preço do alumínio no mercado internacional.
A alta de 18% no preço anual do alumínio no LME e o aumento de 8% no último trimestre ajudaram a companhia a alcançar um EBITDA ajustado de R$ 486 milhões, superando em 8% as expectativas do BTG Pactual.
Esse resultado representa um crescimento de 19% em relação ao trimestre anterior, com destaque para a expansão da margem da divisão de alumínio, que fechou em 19%, refletindo o impacto positivo dos preços mais altos do alumínio.
Além disso, a CBA demonstrou avanços significativos no seu balanço patrimonial, o que gerou otimismo no BTG.
Para o BTG Pactual, a redução da alavancagem é um sinal positivo, mostrando que a empresa está em um caminho de recuperação.
O banco também destaca o bom desempenho da unidade de alumínio da CBA, com um EBITDA de R$ 426 milhões, superando a expectativa em 8% e registrando um crescimento de 24% em relação ao trimestre anterior.
Embora as remessas de alumínio tenham sido ligeiramente menores, com uma queda de 3% em relação ao trimestre anterior, a empresa conseguiu manter sua competitividade no setor, especialmente com o impacto positivo dos preços do alumínio.
Além disso, a unidade de energia da CBA se mostrou resiliente, com um EBITDA de R$ 93 milhões, um salto de 29% em relação ao trimestre anterior.
No entanto, o EBITDA da unidade de níquel não foi favorável, registrando uma perda de R$ 32 milhões.
De olho no futuro, o BTG Pactual continua otimista quanto ao desempenho da CBA no curto prazo, com a ação já se recuperando em torno de 30% no acumulado de 2025.
Segundo o banco, a valorização dos preços do alumínio e o bom momento da companhia no mercado continuam a atrair investidores, com a ação negociando a cerca de 4x o EBITDA estimado para 2025.
Apesar dos desafios relacionados ao contrato de energia, a empresa apresenta uma trajetória mais estável e positiva.
“Apesar das pressões externas, a CBA continua a apresentar sinais de resiliência e uma sólida geração de fluxo de caixa, o que a torna uma opção atrativa no mercado de alumínio,” conclui o BTG Pactual.
A recomendação do BTG para as ações CBAV3 é neutra.