
ATUALIZAÇÕES DE MOVIMENTAÇÕES DO IBOVESPA:
- Fechamento: Ibovespa: +0,20%, aos 123.046,85 pontos.
- – 13:04: Ibovespa: -0,015%, aos 122.780,35 pontos.
- Na última sexta-feira (28), o Ibovespa, principal índice acionário da B3, encerrou as negociações em queda de 1,60%, aos 122.799,09 pontos.
Na sessão anterior
Na política brasileira, a nomeação de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a articulação política, em substituição a Alexandre Padilha (PT-SP), causou grandes expectativas e muitas incertezas sobre o futuro da agenda econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão do presidente da República foi uma surpresa para o mercado financeiro, que teme um possível aprofundamento do populismo para recuperar a popularidade de seu mandato.
Gleisi Hoffmann, que sempre foi uma crítica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), e do controle fiscal, agora ocupa uma posição estratégica no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que aumenta a cautela dos investidores quanto à continuidade da agenda econômica.
Na última sexta-feira (28), antes do feriado de Carnaval, o dólar rompeu a barreira de R$ 5,90, a R$ 5,916, com um aumento de 1,50%. O índice Bovespa (IBOV) também reagiu negativamente, e perdeu 1,6%, o que equivale a uma queda de 2 mil pontos, aos 122.799,09 pontos.
Brasil
Gleisi Hoffmann – Na última sexta-feira (28), por um pedido de Lula, Gleisi Hoffmann ligou para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e procurou outros ministros e líderes no Congresso Nacional em uma tentativa de aproximar as partes.
Guilherme Boulos – Outro ponto de preocupação para o mercado foi a notícia de que Lula cogita nomear o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL, para o cargo de secretário-geral da Presidência, responsável pela interlocução com os movimentos sociais.
Essa possível escolha gerou inquietação, principalmente em um momento de consideráveis tensões políticas no Brasil.
Agenda – A agenda econômica do Brasil promete movimentar os mercados na próxima semana.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar os dados do Produto Interno Bruto (PIB) para o quarto trimestre de 2024, com uma previsão de crescimento de 0,4% no trimestre e 3,50% no acumulado do ano.
No entanto, Lula mantém uma previsão mais otimista e afirma que o Brasil cresceu 3,8% no ano passado e que o crescimento de 2025 vai ser superior a 2,5%. As expectativas para o PIB divergem, especialmente após a previsão do governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apontou uma possível queda de até 2% no PIB.
Além do PIB, o Brasil acompanha os índices de inflação, com destaque para o IPC-S e o IPC-Fipe.
Novas medidas após o Carnaval – Após o Carnaval, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve definir medidas para conter os preços dos alimentos, após o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) garantir que não vai haver heterodoxia, como aumento de impostos ou criação de cobranças sobre exportações.
Também estão previstas para depois do Carnaval a Medida Provisória (MP) que visa melhorar o acesso ao crédito consignado privado e um projeto de lei que cria um novo formato para financiar o programa Auxílio-Gás, dentro das novas regras do arcabouço fiscal.
Outra medida importante vai ser a MP que permite o saque do FGTS para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário e viram seus saldos retidos. Espera-se que R$ 12 bilhões sejam liberados, o que deve gerar uma injeção de recursos na economia, e coloca em questão o esfriamento da atividade econômica e as pressões inflacionárias.
EUA
O presidente dos EUA, Donald Trump, gerou controvérsia ao anunciar a suspensão da ajuda militar à Ucrânia, em mais um gesto de pressão política.
A medida colocou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma posição delicada, uma vez que ele afirmou que agora estaria pronto para fechar um acordo com a Rússia, com o que chamou de “forte liderança” dos Estados Unidos.
E ainda, em seu primeiro discurso do segundo mandato no Congresso norte-americano, Trump antecipou planos para expandir a produção de minerais críticos e a exploração de terras raras nos EUA.
Ele afirmou que conseguiu realizar mais em quarenta e três dias do que outros presidentes fizeram em quatro anos e prometeu derrotar a inflação e equilibrar o orçamento federal em um “futuro próximo”.
Trump também criticou países como o Brasil, além de direcionar comentários sobre União Europeia, México, China e Canadá, por considerar que são cobradas tarifas “injustas” dos Estados Unidos (EUA) e reforçou que as tarifas recíprocas serão implementadas a partir de 2 de abril.
Reações – Os mercados futuros de Nova York (NY) observaram uma virada positiva na noite de ontem (4), em reflexo às declarações do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
Ele afirmou que o presidente Donald Trump pode anunciar, ainda hoje, algum alívio nas tarifas impostas ao Canadá e ao México, ao se reunir com os parceiros comerciais para tentar alcançar um meio-termo nas negociações.
Este movimento surpreendente aconteceu apenas algumas horas após a confirmação, pela Casa Branca, de que as tarifas, inclusive as dirigidas à China, estavam mantidas, o que gerou fortes reações nos mercados, principalmente em relação aos possíveis impactos sobre a inflação nos Estados Unidos.
A reviravolta nas tarifas ocorreu em um contexto marcado pela intensificação das tensões comerciais e políticas. Pouco antes do anúncio de Lutnick, Trump havia demonstrado firmeza em sua postura, aplicando tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e México, e 10% sobre os produtos importados da China.
Como resposta imediata, a China aumentou suas tarifas sobre alimentos e produtos agrícolas importados dos EUA em 15%, além de endurecer restrições à exportação de empresas americanas.
Em uma ação adicional, o governo chinês ingressou com uma queixa formal na Organização Mundial do Comércio (OMC), que alegou que os Estados Unidos descumpriram as regras estabelecidas.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, não demorou a reagir, anunciou que o Canadá aplicaria uma tarifa de 25% sobre produtos dos Estados Unidos, o que afeta mercadorias no valor de 155 bilhões de dólares canadenses (aproximadamente US$ 107,0 bilhões).
Esse processo vai ser implementado em duas etapas: inicialmente, 30 bilhões de dólares canadenses serão afetados pelas tarifas, e em vinte e um dias, o restante das mercadorias vai ser incluído.
Trudeau ressaltou que as tarifas somente serão retiradas caso os EUA retirem a cobrança sobre os produtos canadenses, as quais ele considera ilegais e que serão contestadas na OMC. Em resposta, Trump reagiu duramente, escrevendo em suas redes sociais: “Expliquem ao Trudeau que, quando ele retaliar, elevaremos as tarifas na mesma proporção.”
No México, a presidente Claudia Sheinbaum, prometeu que o país revidaria as tarifas norte-americanas no próximo domingo, em uma manifestação pública.
Agenda – A agenda internacional promete movimentações significativas, com o mercado atento ao Payroll de fevereiro nos EUA e a fala do presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, em uma universidade. Espera-se um corte de 75 pontos-base nos juros americanos devido aos dados econômicos fracos.
O relatório ADP sobre a criação de empregos e o Livro Bege também são divulgados, além dos estoques de petróleo, que devem ser monitorados com atenção.
A economia dos EUA abriu apenas 77.000 vagas de emprego no setor privado no mês passado; economistas projetavam 140.000 postos.
Ásia e Europa
Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia uma nova redução nas taxas de juros, enquanto, na China, o PMI industrial mostrou crescimento, em reforço às expectativas de recuperação econômica. No Japão, o PMI também sinalizou expansão, o que sugere um início promissor para a economia asiática em 2025.