Política

Gleisi Hoffmann assume cargo e reforça apoio à agenda econômica de Haddad

Declaração foi feita na posse como ministra das Relações Institucionais

Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo PT-PR - Waldemir Barreto, para a Agência Senado
Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo PT-PR - Waldemir Barreto, para a Agência Senado

A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tomou posse nesta segunda-feira (10) e reforçou seu compromisso com a articulação política do governo no Congresso Nacional.

Em um discurso conciliador, a ex-presidente do PT afirmou que trabalhará pela consolidação das pautas econômicas lideradas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizando uma disposição para fortalecer o diálogo dentro do governo.

“Chego para colaborar com todos os ministros e ministras que coordenam suas respectivas áreas, respeitando os espaços e competências de cada um e cada uma, sob a liderança do presidente Lula. Tenho plena consciência do meu papel, que é da articulação política”, afirmou a ministra durante a cerimônia de posse, realizada no Palácio do Planalto.

Nova missão para Gleisi e desafios políticos

Com a saída da presidência do PT para assumir um cargo na Esplanada dos Ministérios, Gleisi passa a desempenhar um papel essencial na relação entre o Executivo e o Legislativo.

Conhecida por seu perfil combativo e sua fidelidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra afirmou que buscará dialogar com as diversas forças políticas no Congresso, respeitando as diferenças e construindo alianças.

“A política deve ser feita para somar, reconhecendo as diferenças, respeitando adversários, construindo alianças e cumprindo acordos legitimados no interesse maior do país e da população”, destacou.

A nomeação de Gleisi para o Ministério das Relações Institucionais enfrentou resistência de parlamentares, especialmente do Centrão, que defendiam um nome com mais trânsito entre diferentes forças políticas. Integrantes do governo, no entanto, acreditam que a nova ministra deverá ajustar seu perfil e adotar uma postura mais moderada, alinhada às diretrizes do Planalto.

Efeito sobre a economia e embates com Haddad

Um dos principais desafios da nova ministra será a negociação de emendas parlamentares, consideradas um dos pontos mais sensíveis da relação entre o Executivo e o Legislativo.

Além disso, a chegada de Gleisi levanta questões sobre a convivência com Haddad, uma vez que, enquanto presidente do PT, ela foi crítica da política econômica adotada pelo ministro.

Em dezembro de 2023, sob sua liderança, o partido aprovou uma resolução que classificava a proposta de contenção de gastos de Haddad como um “austericídio fiscal”.

Apesar do histórico de embates, interlocutores do Planalto afirmam que Gleisi deverá priorizar a unidade dentro do governo e evitar atritos públicos com o titular da Fazenda.

A expectativa de aliados é que a ministra mantenha sua presença ativa nas redes sociais, mas sem críticas que possam gerar desgastes para o governo. Segundo fontes do Palácio, Lula confia no trabalho de Haddad e deseja que ambos atuem de forma harmônica para fortalecer a governabilidade.

Reforma ministerial e projeção para 2026

A mudança no Ministério das Relações Institucionais faz parte da reforma ministerial promovida por Lula, que busca fortalecer a base governista e preparar terreno para as eleições de 2026.

A posse de Gleisi ocorreu em um Palácio do Planalto lotado, com a presença de ministros, parlamentares e lideranças políticas.

Com informações de Estadão.