
Desde a posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro, o mercado financeiro norte-americano enfrenta uma onda de perdas avassaladoras. Um levantamento realizado pela consultoria Elos Ayta revela que as empresas listadas nas principais bolsas de valores americanas acumularam um prejuízo monumental de US$ 4,32 trilhões.
O impacto mais expressivo foi sentido pelas gigantes do setor de tecnologia, conhecidas como “ Sete Magníficas” – Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook), Tesla e Nvidia. O estudo aponta que, somadas, essas sete empresas perderam cerca de US$ 2,530 trilhões em valor de mercado desde o início do governo Donald Trump.
A queda se intensificou nesta segunda-feira (10), quando os índices Nasdaq, Dow Jones e S&P 500 fecharam no vermelho, o que resultou em perdas adicionais de US$ 1,610 trilhão para as companhias americanas.
As incertezas geradas pela política econômica do governo Trump não afetaram apenas os Estados Unidos.
Mercados na Europa e na Ásia e mesmo o Brasil registraram quedas expressivas, em reflexo a apreensão dos investidores diante da escalada da guerra comercial iniciada pelo republicano.
Noúltimo domingo (9), Trump minimizou a volatilidade dos mercados – observada há semanas – e admitiu pela primeira vez que não descarta uma possível recessão como consequência direta das medidas protecionistas que tem adotado.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China atingiu um novo patamar. Pequim impôs tarifas de até 15% sobre produtos agrícolas norte-americanos, como resposta direta ao aumento das taxas de importação para 20% imposto por Washington sobre produtos chineses.
O Canadá entrou na briga: o governo chinês anunciou que, a partir de 20 de março, vai aplicar tarifas entre 25% e 100% sobre produtos agrícolas e alimentícios canadenses. A medida simboliza uma retaliação às taxas impostas pelo governo canadense em outubro passado, que elevou a tributação sobre carros elétricos da China para 100% e sobre produtos de alumínio e aço para 25%.
Apesar de Trump ter adiado parte das tarifas que pretendia impor ao Canadá, o primeiro-ministro da província de Ontario, Doug Ford, anunciou um aumento de 25% no preço da energia elétrica exportada para os estados de Minnesota, Michigan e Nova York.
Ford ainda fez um alerta incisivo: “Se os Estados Unidos escalarem, eu não hesitarei em cortar totalmente a eletricidade. Eu me sinto péssimo pelo povo americano, porque não foi o povo americano quem começou esta guerra comercial.”