Câmbio

DÓLAR HOJE - CPI nos EUA e IPCA no Brasil influenciam câmbio, com falas e tarifas de Trump no radar

Moeda norte-americana inicia o dia em leve alta e atinge cotação de R$ 5,82

Dólar - Moeda Americana
Pixabay/frycyk01

ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 9:24: Dólar comercial (compra): +0,15%, cotado a R$ 5,820.

Na sessão anterior…

Na última terça-feira (11), o dólar comercial (compra) encerrou em queda de 0,68%, cotado a R$ 5,811.

O que influencia o dólar?

As recentes declarações contraditórias de Donald Trump sobre tarifas de importação e a economia nos Estados Unidos (EUA) criam incertezas no mercado financeiro global e afetam diretamente o câmbio.

A ameaça de tarifas mais altas pode fortalecer o dólar, pois investidores buscam ativos seguros em momentos de instabilidade.

No entanto, a preocupação com uma recessão nos EUA e a redução no consumo interno podem ter o efeito oposto, e pressionar a moeda norte-americana para baixo.

Outro fator determinante para o rumo da cotação do dólar diz respeito à expectativa sobre os juros norte-americanos.

A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (12), pode influenciar a política monetária do Federal Reserve (FED), que tende a manter as taxas inalteradas enquanto avalia os impactos das tarifas de importação.

Caso a inflação acelere, o Federal Reserve (FED) pode considerar elevações futuras nos juros, o que torna o dólar mais atraente para investidores globais.

Brasil

Nesta quarta-feira (12), o mercado financeiro local observa dados da inflação com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou a primeira prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de março. O indicador registrou alta de 0,29%, após variar 0,39% na mesma leitura do mês anterior.

Nesta quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), participam de cerimônia de lançamento do novo consignado privado às 11:00.

MP do crédito consignado privado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um grande evento em Brasília (DF) para lançar a Medida Provisória (MP) que cria o novo crédito consignado privado. A cerimônia ocorre no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (12), às 11:00.

O governo pretende disponibilizar a plataforma de oferta do produto em cinco dias após a regulamentação, conduzida por um comitê interministerial.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), apoia a medida, que visa aumentar o poder de compra dos consumidores.

Haddad confirmou que a Medida Provisória (MP) a ser enviada ao Congresso Nacional nos próximos dias vai ser acompanhada do projeto de lei (PL) que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.

Ainda não existem informações sobre o ajuste do Orçamento para incluir os recursos dos programas Pé de Meia Vale-Gás, que demandam R$ 12 bilhões e R$ 3,50 bilhões, respectivamente.

E como fica o Orçamento?

Enquanto isso, o relator do Orçamento de 2025, o senador Angelo Coronel (PSD-BA), aguarda um posicionamento do governo sobre o remanejamento orçamentário. O presidente da República quer atender 22 milhões de famílias com o Vale-Gás, mas o Orçamento prevê apenas R$ 600 milhões.

O Tribunal de Contas da União (TCU) liberou R$ 6 bilhões do Pé-de-Meia que estavam bloqueados, e exigiu que o governo ajustasse o Orçamento em até 120 dias para garantir o financiamento.

Outra questão pendente envolve recursos de obras inacabadas classificadas como “restos a pagar”, cujo valor ainda não foi definido por abranger múltiplos exercícios financeiros.

Assim, Angelo Coronel se reúne com a ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), da Secretaria de Relações Institucionais, para discutir ajustes no Orçamento e emendas parlamentares, foco de atritos com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

A votação do Orçamento foi prevista para terça-feira (18), na Comissão Mista de Orçamento, e na quarta-feira (19), pelo Congresso Nacional.

Crise dos alimentos

O governo pretende comprar alimentos por até 30% acima do preço mínimo para reforçar os estoques da CONAB, e assim, combater a especulação e conter a inflação.

A princípio, essa medida faz parte da estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para melhorar o cenário político e recuperar sua popularidade.

Brasil começa a sentir tarifaço dos EUA por Donald Trump

A partir desta quarta-feira (12), entra em vigor a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio pelos Estados Unidos (EUA), com impacto sobre o Brasil.

O país, o segundo maior fornecedor de aço para o mercado americano, se posiciona atrás apenas do Canadá.

Entre novembro de 2023 e 2024, por exemplo, exportou 3,98 milhões de toneladas, cerca de 16,30% do consumo nos EUA.

No caso do alumínio, o Japão atua como o principal comprador do Brasil, enquanto os EUA ocupam a segunda posição.

EUA

Nesta quarta-feira (12), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro.

Esse indicador deve ser bem repercutido no mercado porque o dado vai ser relevante para as próximas decisões do Federal Reserve (FED) em relação aos juros dos Estados Unidos (EUA).

Fim da lua de mel

O mercado encerrou sua “lua de mel” com Donald Trump, e as bolsas em Nova York (NY) ampliaram perdas, devido as recentes declarações contraditórias do presidente dos Estados Unidos.

Após anunciar que dobraria tarifas sobre o aço e alumínio do Canadá, Trump voltou atrás – o que aumentou a incerteza para os investidores. Sua postura imprevisível na guerra comercial gera turbulência nos negócios.

Menos de 48 horas após não descartar uma recessão, Trump afirmou que a economia dos EUA “vai bombar”, e reforçou a falta de previsibilidade.