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IGP-10 desacelera em março, mas inflação dos alimentos ainda pesa sobre índice, diz FGV

O índice acumula alta de 1,44% no ano e 8,59% nos últimos 12 meses. Resultado foi informado pela Fundação Getúlio Vargas nesta terça-feira (18).

Ovo - preço do ovo
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O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) registrou alta de 0,04% em março, uma desaceleração significativa em relação a fevereiro, quando havia avançado 0,87%. O dado foi informado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira (18).

Com esse resultado, o índice acumula alta de 1,44% no ano e 8,59% nos últimos 12 meses.

Em comparação com março de 2024, quando o IGP-10 caiu 0,17% e registrava queda acumulada de 4,05% em 12 meses, o cenário atual demonstra uma reversão da tendência de retração.

O que tem impactado o resultado?

Segundo Matheus Dias, economista do FGV-IBRE, a incerteza global intensificada pela guerra comercial dos Estados Unidos (EUA) influenciou diretamente os preços do minério de ferro, levando à retração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que caiu 0,26% em março.

O índice havia registrado alta de 1,02% em fevereiro, evidenciando um recuo expressivo.

Ao analisar os estágios de processamento, Dias destaca a aceleração do grupo de Bens Finais, que passou de 0,10% em fevereiro para 1,12% em março.

O segmento de Bens Intermediários, por sua vez, desacelerou de 1,17% para 0,14% no mesmo período. O grupo Matérias-Primas Brutas também recuou significativamente, saindo de uma alta de 1,49% em fevereiro para -1,36% em março.

Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma alta de 0,43% em março, abaixo da taxa de 0,55% de fevereiro.

Os componentes do índice apresentaram variações distintas: Materiais e Equipamentos acelerou de 0,33% para 0,52%, enquanto Serviços recuou de 0,90% para 0,18% e Mão de Obra caiu de 0,79% para 0,36%.

Inflação ao consumidor avança, puxada por habitação e alimentação

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou avanço significativo, subindo de 0,44% em fevereiro para 1,03% em março.

Esse aumento foi impulsionado pelo grupo Habitação, que saltou de -0,44% para 2,77%, refletindo especialmente as variações nas tarifas de eletricidade residencial e nos aluguéis.

O setor de Alimentação também contribuiu para o avanço do IPC, com alta de 1,31% no mês.

Outras classes de despesa que apresentaram elevação foram Vestuário (-0,46% para 0,24%), Comunicação (0,08% para 0,40%) e Despesas Diversas (0,53% para 0,84%).

Por outro lado, os setores de Educação, Leitura e Recreação (-1,98%), Transportes (1,14% para 1,03%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,61% para 0,51%) mostraram retração.