
A Viveo (VVEO3) deu início a uma série de ajustes em sua operação no final de 2023, com revisões em gestão de estoques, análise de clientes e fornecedores, redução de custos e logística.
Agora, a companhia estuda a venda de ativos e já mandatou o Itaú BBA para sondar o mercado em busca de compradores para a Cremer, marca especializada em produtos de primeiros socorros, cirurgia, higiene e proteção, adquirida em 2017 por R$ 500 milhões. As informações são do site NeoFeed.
Atualmente, a Cremer foi avaliada em cerca de R$ 2 bilhões.
“Mas há outras possibilidades e estratégias que estão na mesa”, afirmou uma fonte próxima à companhia.
A Cremer, fundada há 86 anos em Blumenau (SC), iniciou 2024 com mudanças na liderança. O então diretor de operações da Viveo (VVEO3), Luiz Augusto Silva, assumiu o cargo de CEO, em substituição a André Pacheco.
Em 21 de março, a Cremer foi incluída como contrapartida no acordo da Viveo (VVEO3) com os debenturistas. Em assembleia com a presença de 96,30% dos credores – entre eles Bram, Bradesco, BTG, Itaú, Kinea, Sparta e Occam –, ficou estabelecido que todas as negociações que envolvem a Cremer estão vinculadas aos títulos da dívida.
No final de dezembro de 2024, a Viveo solicitou um waiver (isenção parcial ou temporária do pagamento da dívida) e se comprometeu a reforçar garantias aos credores.
Na assembleia, ficou acordado que as ações da Cremer estão alienadas às debêntures, e um eventual M&A (fusão ou aquisição) somente pode ser concretizado se o valor da venda for superior a um laudo de avaliação de duas empresas independentes.
Além disso, os recursos líquidos da transação deverão ser utilizados para a compra das debêntures, desde que a Viveo não esteja inadimplente até a conclusão da venda.
Acordo com os credores deu fôlego à Viveo (VVEO3) até 2026, mas impõe restrições
O entendimento firmado com os credores proporciona uma margem financeira para a Viveo (VVEO3) até a possível venda da Cremer ou até o ano de 2026.
No entanto, a companhia não pode distribuir proventos em 2025, vai precisar limitar seus investimentos a R$ 175 milhões e manter o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com o custo médio do endividamento em CDI+1,6% ao ano, mas negociado no mercado secundário da ANBIMA a taxas superiores a CDI+3,5%, a empresa enfrenta desafios financeiros.
Entre os principais acionistas da Viveo estão a DNA Capital, com 37,2% de participação (dividida entre os fundos Genoma I e Genoma IV), o fundo soberano de Cingapura GIC, com 12,2%, e a Dynamo, com 10%.
Procurada, a Viveo afirmou, em nota, “que não tem processo de venda da Cremer”.
As informações são do site NeoFeed.