Texto segue para o Senado

Após caso Larissa Manoela, Câmara aprova PL para evitar abusos de pais na gestão dos bens dos filhos

Texto aprovado na Câmara busca evitar casos de abuso financeiro, como o da atriz Larissa Manoela exposto em 2023

Após caso Larissa Manoela, Câmara aprova PL para evitar abusos de pais na gestão dos bens dos filhos

A Câmara dos Deputados aprovou, na última terça-feira (25), um projeto de lei que estabelece regras para coibir abusos dos pais na administração do patrimônio dos filhos. A proposta, inspirada no caso da atriz Larissa Manoela, agora segue para o Senado.

O PL 3914/23, de autoria da deputada Silvye Alves (União-GO), quer garantir a transparência na gestão dos bens de crianças e adolescentes.

Dessa forma, a proposta quer impedir que pais se beneficiem indevidamente do patrimônio dos filhos.

Projeto de Lei Larissa Manoela 

O Projeto de Lei foi inspirado na história da atriz Larissa Manoela. Em agosto de 2023, a artista expôs a situação de controle financeiro que vivia com seus pais. Assim, eles restringiram o acesso aos bens da jovem. 

Em entrevista ao Fantástico da Globo na época, ela afirmou que “não tinha ideia do que eu recebia e do que estava sendo pago”. Dessa forma, após esses acontecimentos, a atriz abriu mão do que conquistou em 18 anos de carreira e se desvencilhou dos pais. 

O que diz o projeto? 

Uma das principais medidas do texto inspirado no caso da Larissa Manoela permite que, até dois anos após atingirem a maioridade, os filhos exijam a prestação de contas sobre a administração de seus bens pelos pais.

Além disso, caso identifiquem danos ou prejuízos, as autoridades poderão obrigar os responsáveis a indenizá-los.

Assim, se houver indícios de que a gestão dos pais representa um risco ao patrimônio do filho, o Ministério Público ou o próprio jovem pode acionar a Justiça, que poderá determinar:

  • Restrições ao acesso aos recursos financeiros, garantindo seu uso para o benefício da criança ou adolescente;
  • Criação de uma reserva especial, protegendo parte do patrimônio;
  • Auditorias periódicas, para monitorar contas, bens e investimentos.

A relatora, deputada Rosangela Moro (União-SP), aprovou o projeto inspirado no caso de Larissa Manoela com modificações. Ela retirou a tipificação penal e definiu que os casos devem ser resolvidos por via judicial.

Por fim, a proposta também estabelece limites para pais que gerenciam empresas em conjunto com os filhos menores de idade. Eles ficam proibidos de:

  • Vender ou renunciar a direitos sobre participações societárias, objetos preciosos e valores mobiliários;
  • Contrair obrigações financeiras em nome dos filhos que ultrapassem a administração básica do patrimônio.