
O dólar é uma das moedas mais seguras no mundo, pois consegue manter uma estabilidade em momentos desafiadores. Com isso, muitos investidores se perguntam como proteger seus portfólios e lucrar nesse cenário.
E uma das alternativas é investir em empresas que possuem receitas em dólar e custos em reais, já que elas tendem a ser as principais beneficiadas pela alta da moeda norte-americana.
Nesse sentido, confira a seguir cinco ações na Bolsa brasileira que podem servir como escudo contra a volatilidade cambial:
Vale (VALE3) – A gigante da mineração
A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e tem grande parte de sua receita atrelada ao dólar, já que exporta minério de ferro para diversos países.
Com isso, qualquer valorização da moeda americana impacta positivamente seus resultados financeiros, tornando suas ações uma opção atrativa para quem busca proteção cambial.
Atualmente, a empresa possui um dividend yield de 9,01%, com uma distribuição anual de US$0,82 por ação.
🤔❓ O que é dividend yield? É um indicador do mercado de ações que mede o retorno que um investidor recebe em forma de dividendos em relação ao preço atual do papel da empresa investida.
Suzano (SUZB3) – A força da celulose
A Suzano, líder global na produção de celulose, exporta a maior parte de sua produção e recebe em dólar, enquanto seus custos operacionais são majoritariamente em reais.
Este fator garante que, em momentos de alta da moeda norte-americana, a empresa consiga ampliar sua rentabilidade e gerar valor aos acionistas.
O dividend yield da Suzano é de 3,78%, com um dividendo anual de R$2,02 por ação.
Petrobras (PETR3)(PETR4) – O poder do petróleo
Com cerca de 80% de suas receitas dolarizadas e aproximadamente 50% de seus custos em reais, a Petrobras é um dos principais ativos recomendados por analistas para se proteger da alta do dólar.
Além disso, o setor de petróleo continua sendo um dos mais resilientes no mercado global, o que reforça o potencial das ações da estatal.
A estatal tem um dividend yield estrondoso. O indicador aponta uma distribuição anual média de 20,76%, a R$ 1,78 por ação.
Klabin (KLBN11) – Exportação como estratégia
A Klabin, empresa de papel e celulose, também se beneficia da alta do dólar devido à sua forte atuação no mercado externo.
Com grande parte de suas receitas oriundas de exportações, a valorização da moeda americana fortalece seu faturamento e, consequentemente, impulsiona o desempenho de suas ações na Bolsa.
Quanto ao seu dividend yield, a taxa é de 6,56%, com um dividendo anual de R$1,21 por ação.
BRF (BRFS3) – Proteína brasileira para o mundo
Dona das marcas Sadia e Perdigão, a BRF é uma das maiores exportadoras de proteína animal do país.
A empresa vende seus produtos para diversos países e recebe pagamentos em dólar, enquanto seus custos são, em grande parte, atrelados ao real.
Assim, em períodos de alta da moeda americana, seus lucros tendem a crescer, tornando-a uma aposta defensiva contra a valorização do dólar.
O dividend yield da JBS é de 2,94% ao ano, com um dividendo anual de R$0,58 por ação.
Quais ações devo evitar por sofrerem com a alta do dólar?
A valorização do dólar também pode ser um grande desafio para diversas empresas listadas na Bolsa de Valores.
Setores que dependem de importações, possuem alto endividamento em moeda estrangeira ou enfrentam dificuldades em repassar custos ao consumidor tendem a sofrer mais nesses períodos.
Se você investe em ações, é fundamental entender quais empresas podem ser impactadas negativamente por esse cenário.
Por isso, também separamos as cinco ações que podem mais enfrentar dificuldades quando o dólar sobe, confira:
Sabesp (SBSP3): dívida atrelada ao dólar pesa no balanço
A companhia de saneamento básico paulista, Sabesp, tem cerca de 26% de sua dívida indexada ao dólar, sem receitas equivalentes na moeda norte-americana.
Com a valorização do dólar, a empresa vê suas despesas financeiras aumentarem, o que pode pressionar seus lucros e gerar impacto negativo no preço de suas ações.
Gol (GOLL4): custos operacionais elevados
A aviação é um dos setores mais afetados pela alta do dólar. A Gol, por exemplo, tem 50% de seus custos operacionais atrelados à moeda americana, principalmente por conta do combustível de aviação e da manutenção de aeronaves.
Além disso, a companhia tem parte significativa de seu endividamento indexado ao dólar, tornando-a vulnerável à desvalorização do real.
Lojas Americanas (AMER3): importações mais caras
O varejo que depende de importações também sofre quando a moeda americana dispara. A Lojas Americanas importa uma parte significativa de seus produtos e, com o dólar alto, o custo de aquisição aumenta.
Se a empresa não conseguir repassar esses aumentos aos clientes, suas margens de lucro podem ser comprimidas, prejudicando o desempenho financeiro.
Lojas Renner (LREN3): pressão sobre as margens de lucro
Assim como a Lojas Americanas, a Renner importa grande parte de seu portfólio. O aumento no custo dos produtos pode afetar diretamente os resultados da companhia, principalmente em momentos de menor poder de compra dos consumidores.
Com a inflação impactando o varejo, a empresa pode ter dificuldades para repassar a alta dos custos aos clientes sem perder competitividade.
Hypera Pharma (HYPE3): insumos farmacêuticos mais caros
O setor farmacêutico também não escapa dos impactos da alta do dólar. A Hypera Pharma importa grande parte dos insumos necessários para a produção de medicamentos.
Com a moeda americana valorizada, os custos de produção aumentam, e a empresa pode ter dificuldades em reajustar preços, o que compromete suas margens de lucro e pode pressionar suas ações na Bolsa.