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Produção industrial recua em sete estados e acumula cinco meses sem crescimento, diz IBGE

As maiores quedas ocorreram na Bahia (-2,6%), Ceará (-1,0%) e São Paulo (-0,8%)

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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (8) apontam que sete dos quinze locais pesquisados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM) registraram retração na produção entre janeiro e fevereiro de 2025. Nesse período, a produção industrial nacional caiu 0,10%.

As maiores quedas ocorreram na Bahia (-2,6%), Ceará (-1,0%) e São Paulo (-0,8%). Por outro lado, Pernambuco apresentou o maior crescimento, com alta de 6,50%.

Na passagem de janeiro para fevereiro, a indústria nacional atingiu o seu quinto mês consecutivo sem crescimento, com perda de 1,30% desde outubro de 2024. A última vez que isso aconteceu foi entre fevereiro e julho de 2015, quando a perda acumulada foi de 6,70%, explicou Bernardo Almeida, analista da pesquisa.

De acordo com Almeida, a queda está relacionada à política monetária contracionista, com aumento dos juros, o que limita o crédito e inibe investimentos.

Pelo lado da demanda, esse cenário também impacta de forma negativa o consumo das famílias, pontuou.

Bahia lidera quedas, mas Pernambuco reage com força na produção industrial

Na Bahia, a queda de 2,6% ocorreu após quatro meses de crescimento acumulado de 5,70%, influenciada pelos setores de derivados de petróleo, celulose, papel e produtos de papel. A retração era esperada como forma de adequação entre oferta e demanda, afirmou Almeida.

São Paulo, que recuou 0,8%, sofreu impacto dos setores de derivados de petróleo, produtos químicos, bebidas e celulose. A indústria paulista tem demonstrado oscilações e perda de ritmo nos últimos meses, observou o analista.

Pernambuco, por sua vez, reverteu parte da queda histórica de 25,10% em janeiro com a alta de 6,50% em fevereiro, impulsionada pelo setor de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.

Produção industrial cresce em cinco estados na comparação anual

Na comparação com fevereiro de 2024, a produção industrial nacional subiu 1,50%, com destaque para Santa Catarina (6,0%), Paraná (5,5%) e Pará (5,10%). Em Santa Catarina, a alta foi puxada pelos setores de máquinas e equipamentos, minerais não metálicos e vestuário.

No Paraná, os segmentos de veículos, derivados do petróleo, químicos e máquinas explicam o crescimento. Já no Pará, a alta veio das indústrias extrativas. Mato Grosso e São Paulo também apresentaram avanços de 1,2%.

Rendimentos negativos e oscilações no acumulado em doze meses

Apesar do avanço de 2,6% no acumulado de 12 meses até fevereiro de 2025, quinze dos dezoito locais pesquisados apresentaram perda de dinamismo. Destaques negativos incluem Rio Grande do Norte (de 3,4% para -1,10%), Pernambuco (de 2,90% para 0,8%) e Espírito Santo (de -2,50% para -4,2%).

Por outro lado, Pará (de 5,4% para 5,70%) e Paraná (de 3,90% para 4,10%) foram exceções, com ganhos entre janeiro e fevereiro.

Esses dados reforçam a tendência de desaceleração da atividade industrial, com oscilações regionais significativas e influências setoriais que revelam uma economia ainda em compasso de retomada desigual.