Melhorias reconhecidas

Dasa (DASA3): Fitch Ratings revisa perspectiva de “negativa” para “estável”, após fusão com Amil

A mudança foi motivada principalmente pela transformação da Ímpar, antiga subsidiária integral da empresa, em uma joint-venture (JV) de controle compartilhado com a Amil

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A agência de classificação de risco Fitch Ratings revisou de ‘negativa’ para ‘estável’ a perspectiva do rating da Dasa (DASA3). O Rating Nacional de Longo Prazo foi reafirmado em ‘AA(bra)’, refletindo a melhora operacional e financeira da companhia após a reestruturação de ativos com a Amil.

A mudança foi motivada principalmente pela transformação da Ímpar, antiga subsidiária integral da Dasa, em uma joint-venture (JV) de controle compartilhado com a Amil.

Segundo a Fitch, o reposicionamento estratégico deve reduzir significativamente o endividamento líquido da Dasa em aproximadamente R$ 3,5 bilhões, permitindo que a alavancagem líquida (dívida líquida/EBITDA) caia dos atuais 5,7x para 4,0x em 2025 e 3,5x em 2026.

A entrada de R$ 2,1 bilhões em caixa via redução de capital da Ímpar já resultou no resgate antecipado de debêntures e deve continuar impulsionando a desalavancagem.

Reorganização estratégica dá novo fôlego à rentabilidade

Com a saída da operação hospitalar – historicamente pressionada por margens abaixo da média –, a Dasa mira margens de EBITDA entre 17% e 18% nos próximos anos, alinhando-se ao padrão do setor de diagnósticos.

A expectativa da Fitch é que o EBITDA pré-IFRS atinja R$ 1,6 bilhão em 2025 e R$ 1,8 bilhão em 2026, revertendo o cenário anterior de rentabilidade comprimida (margem de 11,5% em 2024).

Além disso, o fluxo de caixa operacional da Dasa deverá registrar uma forte recuperação, passando de apenas R$ 34 milhões em 2024 para R$ 300 milhões em 2025 e R$ 480 milhões em 2026, impulsionado por um ciclo de recebimento mais ágil nas atividades de diagnóstico.

Livre, leve e com mais caixa a partir de 2026

A Fitch projeta que o fluxo de caixa livre (FCF) da companhia ainda será negativo em R$ 70 milhões em 2025, mas deve se tornar positivo em cerca de R$ 100 milhões em 2026, mesmo com investimentos médios anuais de R$ 376 milhões.

A estratégia é focar na manutenção da infraestrutura e priorizar o reforço do caixa, sem previsão de pagamento de dividendos.

Escala e resiliência em um setor desafiador

Com ampla capilaridade nacional, marcas consolidadas e um portfólio adaptado a diferentes nichos de renda, a Fitch aponta que a Dasa segue competitiva mesmo em um mercado de saúde altamente fragmentado.

O envelhecimento da população, a alta incidência de doenças crônicas e os avanços tecnológicos continuam a sustentar a demanda pelos serviços da empresa.

Contudo, a Fitch alerta para riscos que poderiam levar a uma revisão negativa do rating: deterioração do modelo de negócios, margens abaixo de 15% de forma recorrente, alavancagem persistente acima de 4,0x e enfraquecimento da liquidez com aumento de risco de refinanciamento.