O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve assinar nesta terça-feira (8) uma série de decretos voltados a reativar e fortalecer o setor de carvão no país.
A medida, que vai na contramão dos esforços globais para reduzir as emissões de carbono, busca salvar usinas que estão ameaçadas de desativação.
Segundo uma autoridade sênior da Casa Branca e fontes ouvidas pela Reuters, Trump pretende apresentar os decretos em um evento na Casa Branca. O objetivo é impulsionar a produção energética nacional, uma das promessas de campanha do presidente republicano.
Atualmente, as usinas a carvão geram menos de 20% da eletricidade dos EUA. O número representa uma queda significativa em relação aos cerca de 50% no início dos anos 2000.
O avanço de fontes alternativas, como o gás natural, a energia solar e a eólica, contribuíram para a queda no uso do carvão. A tendência também foi acelerada por regulamentações ambientais adotadas durante governos democratas, como o de Joe Biden.
Apesar disso, Trump aposta em uma reviravolta. As ações previstas nos decretos visam desregulamentar o setor e permitir que usinas existentes voltem a operar com mais intensidade.
De acordo com defensores da medida, as usinas de carvão hoje só operam em cerca de 40% de sua capacidade. Essa porcentagem poderia aumentar sem necessidade de novas construções.
O que a decisão de Trump representa?
A decisão de Trump ocorre em um momento de aumento da demanda energética nos Estados Unidos — algo que não acontecia com força há duas décadas. Fatores como a popularização dos carros elétricos, o crescimento das criptomoedas e a expansão de centros de dados voltados à inteligência artificial estão pressionando o consumo de energia.
A expectativa do mercado reagiu de imediato: ações de companhias produtoras de carvão, como Peabody e Core Natural Resources, subiram cerca de 9% após a notícia de que Trump assinaria os decretos.
Por outro lado, a decisão deve gerar fortes reações entre ambientalistas e especialistas em saúde pública. O carvão é o combustível fóssil que mais libera dióxido de carbono — principal gás do efeito estufa —, além de poluentes ligados a doenças pulmonares e cardíacas.
Segundo analistas, o retrocesso em políticas ambientais também pode colocar os Estados Unidos em rota de colisão com metas internacionais de sustentabilidade.
(Com informações de Reuters)