Do outro lado do mundo

Bolsas asiáticas fecham sem direção única, com tarifas de Trump

As novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (9)

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Reuters. Telão em Xangai mostra flutuações dos mercados acionários, 06/01/2021 - REUTERS/Aly Song
Reuters. Telão em Xangai mostra flutuações dos mercados acionários, 06/01/2021 - REUTERS/Aly Song

Apesar do embate tarifário, algumas bolsas asiáticas conseguiram fechar em alta nesta quarta-feira, 9 de abril. O índice CSI 1000 registrou avanço de 2,2%, enquanto o SZSE Component subiu 1,22% e o Xangai, 1,3%. Em contrapartida, o índice japonês Nikkei caiu 3,78%, o Topix recuou 3,40% e o sul-coreano Kospi, 1,74%.

As novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (9), atingem dezenas de países e agravam a guerra comercial global. O destaque vai para a tarifa de 104% aplicada às importações da China, considerada uma das maiores já anunciadas.

Ao todo, cerca de 60 parceiros comerciais foram afetados por taxas adicionais que variam entre 11,00% e 50,00%.

No caso da China, no entanto, o percentual foi elevado drasticamente, e soma-se à sobretaxa de 20% aplicada desde janeiro e aos 34% anunciados na semana anteriorque culminam em um adicional de 50% como resposta à retaliação chinesa.

A ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China expõe mais uma vez a natureza chantagista de Washington, declarou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.

A resposta de Pequim veio com a imposição de uma tarifa de 34% sobre produtos americanos, com vigência a partir de quinta-feira (10).

Trump justificou as medidas com base na necessidade de proteger a indústria americana. Eu os chamo de acordos sob medida, não à la carte, são sob medida, muito sob medida, declarou.

Segundo ele, as tarifas visam conter o que chamou de saque” contra os EUA por parte de seus parceiros comerciais.

Desde o dia 2 de abril, quando as tarifas foram anunciadas, o mercado financeiro global passou a registrar forte volatilidade.

Investidores perderam bilhões de dólares em meio à insegurança gerada pelo conflito comercial.

A tarifa universal de 10% aplicada inicialmente passou a ser majorada conforme o país afetado, e a União Europeia enfrenta uma taxa de 20% e o Vietnã, 46%.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump não vai mais permitir que trabalhadores e companhias norte-americanas sejam roubados nas mãos de práticas comerciais fraudulentas.

O governo norte-americano diz continuar aberto a negociações, e o principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que a orientação de Trump foi priorizar aliados como Japão e Coreia do Sul.

A União Europeia prometeu apresentar uma resposta no início da próxima semana. Analistas alertam para os riscos de inflação, desemprego e desaceleração econômica global.