
As bolsas da Europa operam em queda firme de cerca de 3% nesta quarta-feira, 9 de abril.
Confira os desempenhos das principais bolsas da Europa nesta quarta-feira (9), por volta de 7:30:
- – o índice Stoxx 600 caiu 3,24%, para 471,06 pontos;
- – o Dax de Frankfurt recuava 3,04%, para 19.664,90;
- – o FTSE 100 de Londres perdia 2,78%, para 7.689,71; e
- – o CAC 40 de Paris tinha queda de 2,98%, para 6.890,73 pontos.
As novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (9), atingem dezenas de países e agravam a guerra comercial global. O destaque vai para a tarifa de 104% aplicada às importações da China, considerada uma das maiores já anunciadas.
Ao todo, cerca de 60 parceiros comerciais foram afetados por taxas adicionais que variam entre 11,00% e 50,00%.
No caso da China, no entanto, o percentual foi elevado drasticamente, e soma-se à sobretaxa de 20% aplicada desde janeiro e aos 34% anunciados na semana anterior, que culminam em um adicional de 50% como resposta à retaliação chinesa.
“A ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China expõe mais uma vez a natureza chantagista de Washington“, declarou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
A resposta de Pequim veio com a imposição de uma tarifa de 34% sobre produtos americanos, com vigência a partir de quinta-feira (10).
Trump justificou as medidas com base na necessidade de proteger a indústria americana. “Eu os chamo de acordos sob medida, não à la carte, são sob medida, muito sob medida“, declarou.
Segundo ele, as tarifas visam conter o que chamou de “saque” contra os EUA por parte de seus parceiros comerciais.
Desde o dia 2 de abril, quando as tarifas foram anunciadas, o mercado financeiro global passou a registrar forte volatilidade.
Investidores perderam bilhões de dólares em meio à insegurança gerada pelo conflito comercial.
A tarifa universal de 10% aplicada inicialmente passou a ser majorada conforme o país afetado, e a União Europeia enfrenta uma taxa de 20% e o Vietnã, 46%.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump “não vai mais permitir que trabalhadores e companhias norte-americanas sejam roubados nas mãos de práticas comerciais fraudulentas“.
O governo norte-americano diz continuar aberto a negociações, e o principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que a orientação de Trump foi priorizar aliados como Japão e Coreia do Sul.
Empresas norte-americanas de tecnologia, como Apple (AAPL34) e Amazon (AMZO34), estão entre as mais prejudicadas pelas novas tarifas, devido à dependência da produção na China. O aumento das taxas compromete o custo de fabricação de dispositivos como o iPhone, que pode ter os preços elevados.
Mesmo com os impactos econômicos, o governo chinês declarou estar pronto para “lutar até o fim“. A agência estatal Xinhua informou que o premiê Li Qiang afirmou que a China possui “ferramentas” para compensar os efeitos da guerra tarifária.
A União Europeia (UE) prometeu apresentar uma resposta “no início da próxima semana“. Analistas alertam para os riscos de inflação, desemprego e desaceleração econômica global.
Tensão interna no governo norte-americano
As medidas também geraram atritos internos nos Estados Unidos.
O bilionário Elon Musk, assessor de Trump e CEO da Tesla e SpaceX, chamou o conselheiro comercial Peter Navarro de “um completo imbecil” após ele afirmar que Musk “não era um fabricante de automóveis, mas um montador“.