As vendas no comércio do varejo brasileiro cresceram 0,50% na passagem de janeiro para fevereiro de 2025, o maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2000. O resultado superou em 0,30% o recorde anterior, registrado em outubro de 2024.
Após quatro meses de estabilidade, o setor volta a apresentar avanço significativo, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Em outubro do ano passado, móveis e eletrodomésticos, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação e tecidos, vestuário e calçados eram os setores que puxavam o resultado, dado também um certo freio que hiper e supermercados teve ao longo de 2024“, explica Cristiano Santos, gerente da PMC.
Das oito atividades analisadas na pesquisa, quatro registraram crescimento em fevereiro. O principal destaque foi o setor de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 1,10%.
Em seguida, vieram móveis e eletrodomésticos (0,90%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,30%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,10%).
“Em fevereiro, observamos a volta de um protagonismo para o setor de hiper e supermercados, após um período de seis meses, desde agosto, com variações próximas de zero, com estabilidade. Condições macroeconômicas mais complexas nos últimos meses, como a queda do número de pessoas ocupadas, a estabilidade da massa de rendimento real e a inflação da alimentação em domicílio, não incentivam o consumo de bens que não sejam de primeira necessidade. Com isso, as pessoas tendem a optar por produtos mais básicos, o que explica o crescimento maior do setor em relação aos outros“, contextualiza Santos.
Sobre o avanço de móveis e eletrodomésticos, o pesquisador destaca a volatilidade do setor:
“O setor tem experienciado uma volatilidade grande nos resultados dos últimos meses. Observamos momentos em que esse mercado se desenvolve menos, o que abre uma possibilidade estratégica das grandes marcas de fazerem grandes promoções. Por exemplo, a Black Friday foi ruim para eletrodomésticos, o que acarretou maiores promoções no Natal e melhorou o desempenho da categoria“.
Por outro lado, quatro atividades registraram retração: livros, jornais, revistas e papelaria (-7,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,2%), tecidos, vestuário e calçados (-0,10%) e combustíveis e lubrificantes (-0,10%).
No varejo ampliado, houve queda de 2,6% no segmento de veículos e motos, partes e peças, enquanto o setor de material de construção registrou alta de 1,1%.
Na comparação com fevereiro de 2024, o comércio varejista apresentou crescimento de 1,5%.