Trump admite custo com tarifas, mas diz que economia dos EUA está forte

Em meio a uma nova rodada de tensões comerciais com a China e à instabilidade nos mercados financeiros, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender sua política tarifária nesta quinta-feira (10).

Em uma reunião com o gabinete na Casa Branca, ele reconheceu que as tarifas impostas sobre produtos importados podem provocar impactos no curto prazo, mas reforçou que os Estados Unidos estão em “muito boa forma”.

“Estamos muito, muito felizes com a forma como o país está sendo conduzido. Haverá um custo de transição, problemas de transição, mas no fim será algo belo”, declarou Trump.

A declaração ocorre após o governo americano confirmar que as tarifas sobre produtos chineses chegaram a 145%, considerando medidas anteriores e as novas chamadas “tarifas recíprocas”.

Economistas, no entanto, alertam que quem paga efetivamente pelas tarifas são os importadores americanos, e não os países de origem das mercadorias — argumento que Trump costuma rebater com a afirmação de que os EUA estariam arrecadando “bilhões de dólares por dia”.

“O que estamos fazendo é só colocar de volta no lugar, estamos reorganizando a mesa”, disse o presidente. “Estamos trabalhando em algo que seja bom para ambos os países (EUA e China). Não os culpo. Se eu estivesse na posição deles, faria o mesmo”.

União Europeia adia retaliações

Trump também comentou a decisão da União Europeia de adiar medidas retaliatórias que estavam previstas para a próxima semana. Segundo ele, a postura do bloco mudou após observar o embate entre EUA e China.

“Eles foram firmes, mas foram espertos. Depois de ver o que fizemos com a China, eles disseram: ‘quer saber? Vamos segurar um pouco’”, afirmou o presidente.

Reação dos mercados com declarações de Trump

As declarações de Trump foram feitas em um momento de forte instabilidade nos mercados financeiros. Os principais índices de ações nos Estados Unidos recuaram significativamente nesta quinta-feira, devolvendo parte dos ganhos da véspera.

Às 12h58 (horário de Brasília), o índice Dow Jones registrava queda de 3,85%, o S&P 500 caía 4,59% e o Nasdaq recuava 5,38%. No Brasil, o Ibovespa também operava em baixa, pressionado pelo cenário internacional e pela queda do petróleo.

Ao ser questionado sobre a nova onda de perdas nos mercados, Trump desconversou:

“Não vi nada. Estou aqui há duas horas e meia”, respondeu.

Apesar das críticas do setor empresarial e da pressão dos investidores, o presidente manteve o tom combativo e reafirmou que sua meta é garantir mais “justiça” nas relações comerciais dos Estados Unidos com outros países.