
As ações da Direcional (DIRR3) operam em queda nesta sexta-feira (11), após a companhia divulgar dados de vendas no 1° trimestre de 2025. Por volta das 10:50, os papéis caiam 3,35% a R$ 31,50.
A reação negativa não tem uma justificativa muito clara, já que a companhia reportou vendas líquidas de R$ 1,33 bilhão no período, praticamente estáveis em relação ao mesmo período do ano passado, com uma performance robusta no segmento Minha Casa Minha Vida (MCMV), que respondeu por R$ 843 milhões (+11% na comparação anual).
Segundo o BTG Pactual, a Direcional começou 2025 com o pé direito, entregando resultados operacionais sólidos no primeiro trimestre, mesmo diante de um ritmo mais contido de lançamentos.
O banco destacou o bom desempenho da companhia e reiterou a recomendação de compra para as ações, com base em um valuation atrativo e no potencial de aceleração ao longo do ano. O preço-alvo sugerido é de R$ 27,00.
“A Direcional apresentou resultados operacionais sólidos no 1º trimestre, em linha com nossas projeções, e reforçou sua excelente execução”, avaliou o banco.
Apesar dos lançamentos mais tímidos no trimestre – 17 projetos totalizando R$ 901 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV), número 13% abaixo das expectativas do BTG – o banco vê espaço para aceleração já nos próximos meses. “Esperamos uma aceleração nos lançamentos no segundo trimestre”, afirma o BTG.
O grande destaque segue sendo a velocidade de vendas, que atingiu 23% no trimestre, ligeiramente acima dos 22% registrados no 1T24, indicando forte apetite do mercado, especialmente no MCMV.
No segmento de média renda (marca Riva), a empresa registrou um volume de vendas de R$ 483 milhões, queda de 12% na base anual, e respondeu por R$ 230 milhões dos lançamentos — redução de 59% em relação ao 1T24.
A retração, segundo o BTG, não compromete a tese de investimento. “Acreditamos que a companhia está bem posicionada para surfar o bom momento do MCMV e vemos espaço para retomada gradual da Riva”, diz o banco.
Situação financeira
Em termos financeiros, a companhia encerrou o trimestre com queima de caixa de R$ 15 milhões, impactada por uma amortização de R$ 25 milhões em recebíveis de securitizações anteriores, parcialmente compensada pela venda de participação em um projeto.
A dívida líquida ficou em R$ 135 milhões, equivalente a 6% do patrimônio líquido — nível considerado confortável pelo banco.
O BTG encerra o relatório reafirmando sua confiança na companhia: “Mantemos recomendação de compra para DIRR3, negociando a um múltiplo atrativo de ~7x P/L para 2025. Com perspectiva de aumento nas vendas, lançamentos e retorno sobre o patrimônio, vemos um 2025 promissor pela frente.”