
O Grupo Carrefour Brasil (CRFB3) divulgou no domingo (13) os dados preliminares de vendas do primeiro trimestre de 2025. De acordo com a análise da XP, mesmo que o grupo tenha superado as projeções da casa, efeitos sazonais e cambiais influenciaram negativamente sobre algumas marcas da companhia — especialmente o Sam’s Club, que registrou retração no indicador de vendas mesmas lojas.
Resultado preliminar Carrefour (CRFB3)
A principal surpresa positiva em relação ao Carrefour veio do Atacadão, que apresentou avanço de 7% nas vendas brutas, com crescimento de 6,9% nas vendas mesmas lojas (SSS), ajustadas pelo efeito calendário.
O resultado representa uma aceleração em relação ao quarto trimestre de 2024, que havia registrado crescimento de 6,3%.
De acordo com os analistas Danniela Eigar, Gustavo Senday e Laryssa Summer, o bom desempenho do Atacadão foi impulsionado principalmente pelo aumento nos volumes do segmento B2B, beneficiado pelo avanço da inflação.
Além disso, a expansão do parque de lojas do Atacadão do Carrefour contribuiu para a performance: foram 14 inaugurações no acumulado de 12 meses. Já as unidades convertidas a partir das lojas BIG mantiveram ritmo forte, com crescimento de 15% no SSS em relação ao trimestre anterior.
A presença de serviços também aumentou, chegando a 170 lojas, contra 157 no final do 4T24.
Varejo tradicional ainda sofre com reestruturação
Por outro lado, a operação de varejo alimentar do Carrefour ainda sente os efeitos da otimização da área de vendas.
A estratégia de redução de espaços e ajustes nos preços continuou a impactar negativamente o desempenho da bandeira, que viu as vendas brutas recuarem 9,5%. O SSS ajustado, porém, teve leve alta de 2,6%.
Sam’s Club é o elo fraco do trimestre
O Sam’s Club teve desempenho abaixo do esperado. A rede do Carrefour teve avanço de apenas 2% nas vendas brutas na comparação anual.
A expansão de sete novas unidades no último ano não foi suficiente para compensar o fraco desempenho das vendas mesmas lojas, que caíram 4%.
Dois fatores principais explicam o queda: a valorização do dólar, que encareceu produtos importados e o impacto da sazonalidade da Páscoa.