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Tarifas de Trump impactam mercados e obrigam Gol a rever cronograma de financiamento

Companhias garantidora da Gol estendem prazo de financiamento de US$ 1,9 bilhões até 15 de maio em meio à instabilidade dos mercados

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Imagem: Reprodução

A companhia aérea Gol (GOLL4) decidiu adiar o prazo para que investidores apresentem propostas de participação em um financiamento de US$ 1,9 bilhão.

A resolução foi tomada após instabilidades dos mercados financeiros, provocadas por tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril.

De acordo com comunicado divulgado nesta terça-feira (15), a medida é resultado direto da volatilidade global que se seguiu aos anúncios das tarifas pelo governo dos Estados Unidos. Porém, a medida impacta o “financiamento de saída”, necessário para que a Gol conclua seu processo de recuperação judicial no país norte-americano

Nesta terça-feira (15), as ações da Gol recuavam. Por volta das 12:02 (horário de Brasília), os papéis da companhia caíam 0,72% a R$ 1,40. 

Tarifas de Trump interferem em movimentações da Gol

A Gol afirmou que as medidas tarifárias anunciadas em 2 de abril provocaram instabilidade nos mercados e geraram incertezas nos capitais globais.

Diante desse cenário, o banco de investimentos Seabury Securities — assessor financeiro da companhia — comunicou aos potenciais investidores, no dia 4 de abril, que revisaria o cronograma.

A nova data estipulada para apresentação das propostas vai até 15 de maio de 2025. Anteriormente, a empresa havia estabelecido o prazo para 19 de abril.

“Para permitir que os mercados de capitais absorvessem as implicações das Trump Tariffs, a Companhia solicitou e obteve da Castlelake e da Elliott Management (as “Partes Garantidoras”) uma prorrogação do prazo para a alocação da totalidade do financiamento de saída às Partes Garantidoras, de 19 de abril para 15 de maio”, afirmou o documento da Gol. 

Antes do anúncio de prorrogação, a estrutura provisória do financiamento previa um cupom de 13,875%, com desconto de emissão (OID) de 1,5% e taxas de compromisso escalonadas, de acordo com o valor investido.

Desempenho financeiro segue em queda

No relatório mensal enviado à Justiça norte-americana, a Gol reportou prejuízo de R$ 552 milhões no mês de fevereiro. Além disso, em janeiro, o resultado foi praticamente neutro, com perda de R$ 10 milhões.