
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra): -1,03%, cotado a R$ 5,804.
- – 9:58: Dólar comercial (compra): +0,22%, cotado a R$ 5,877.
- – 9:14: Dólar comercial (compra): +0,33%, cotado a R$ 5,882.
Na sessão anterior…
Na última quarta-feira (16), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,44%, cotado a R$ 5,864.
O que influencia o dólar?
O presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, reforçou o compromisso da autarquia em manter as expectativas de inflação de longo prazo controladas, mesmo diante de tarifas mais altas que as previamente estimadas pelo próprio Banco Central.
Isso levou o mercado financeiro a acreditar que os juros nos Estados Unidos podem permanecer elevados por mais tempo, o que tende a fortalecer o dólar, já que ativos em dólar se tornam mais atrativos para investidores estrangeiros em busca de retornos mais altos.
Ao mesmo tempo, a presidente do FED de Cleveland, Beth Hammack, destacou que as incertezas no cenário atual aumentam os riscos tanto de inflação quanto de desaceleração econômica nos EUA.
Esse tipo de combinação — que remete ao risco de estagflação — costuma aumentar a aversão ao risco global, o que também fortalece o dólar, já que a moeda americana historicamente tem sido vista como um porto seguro em momentos de instabilidade.
A agência de classificação Fitch Ratings reforçou esse sentimento ao revisar para baixo a previsão de crescimento global, em resposta à escalada da guerra comercial.
A perspectiva de menor crescimento mundial reduz o apetite por ativos de risco, o que favorece ainda mais a valorização da moeda americana frente a moedas de países emergentes ou fortemente dependentes do comércio internacional.
Por outro lado, a China respondeu à deterioração do cenário global com o anúncio de um plano para impulsionar o crescimento interno, focado na ampliação do consumo de serviços e na abertura do mercado para novos modelos de negócios.
Apesar de indicar resiliência, essa medida também sinaliza que o País reconhece os impactos negativos das tarifas de Donald Trump e precisa agir para preservar sua economia.
Brasil
Nesta quinta-feira (17), o mercado financeiro local lida com a agenda de indicadores e eventos esvaziada.
Conta de luz gratuita
O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD-MG), anunciou a proposta de reforma o setor elétrico, inclusive nova tarifa social com gratuidade para consumo de até 80 kWh/mês.
A tarifa social atual oferece desconto de até 65% para famílias de baixa renda com consumo entre 30,0 e 221,0 kWh/mês, conforme a faixa usada.
Com a reforma, 17.000.000 de famílias serão beneficiadas e 4,5 milhões terão conta de luz totalmente gratuita, segundo o Ministério de Minas e Energia.
O setor elétrico vai arcar com o custo adicional de R$ 3,6 bilhões por ano, repassado aos consumidores, com aumento médio de 0,90% na tarifa.
Caso a proposta entrasse em vigor nesta quinta-feira, 17 de abril, o impacto seria de 1,4% na conta de luz, mas o ministro acredita em diluição do efeito no longo prazo.
Silveira quer enviar a proposta ao Congresso Nacional como medida provisória (MP) para garantir aplicação imediata das mudanças no setor.
Ele minimizou atrito com Fernando Haddad (PT-SP), ministro da Fazenda, sobre o financiamento da tarifa social, e atribuiu o mal-entendido a uma falha de comunicação com a Pasta.
A reforma prevê acesso ao mercado livre de energia para todos os consumidores a partir de 2028, por meio da “portabilidade da conta de luz”.
Silveira disse ver um “ambiente favorável” para a redução dos combustíveis, e citou a queda recente no preço do petróleo.
Isenção do Imposto de Renda
Fernando Haddad disse que a reforma do Imposto de Renda (IR) deve começar a ser debatida no Congresso Nacional após o feriado prolongado de Páscoa nesta semana.
O ministro quer aprovar o projeto ainda em 2024, com validade a partir de 2026, mas afirmou que a equipe econômica estaria aberta a sugestões.
Haddad criticou o projeto do Progressistas (PP), que reduz a tributação dos super ricos, e defendeu a inclusão de uma alíquota mínima para quem hoje não paga imposto.
Sobre crédito consignado com garantia do Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS), Haddad disse que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia alternativas para não-CLTs e citou um projeto pronto no Senado Federal.
O projeto, já aprovado na Câmara dos Deputados, deve ampliar o acesso ao crédito para informais e empreendedores, segundo o ministro.
Haddad comentou críticas ao Orçamento de 2026, considerado irrealista, e disse que o governo vai fazer ajustes conforme o avanço das etapas.
Ele afirmou que a Fazenda ainda não discute o risco de faltar R$ 10,90 bilhões para Saúde e Educação, apontado nas projeções para 2027.
EUA
Nesta quinta-feira (17), o mercado norte-americano observa o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana.
Além disso, investidores observam o discurso do dirigente do Federal Reserve (FED), Michael Barr.
Juros ficou para depois
Jerome Powell afirmou, na última quarta-feira (16), que o FED vai esperar antes de agir, o que frustrou investidores e provocou forte queda nas ações em Wall Street.
Ele disse que ainda há muitas incertezas sobre os efeitos das tensões comerciais no emprego e na inflação, e que o Federal Reserve precisa de mais clareza.
As bolsas, já pressionadas pelas restrições de Donald Trump à Nvidia, despencaram, enquanto investidores correram para Treasuries, ouro e franco suíço.
Executivos de Nova York criticaram a postura de Powell, e disseram que ele “jogou as ações debaixo do ônibus” e “deixou investidores desamparados”.
No Clube Econômico de Chicago, Powell reforçou que o FED quer evitar que tarifas provoquem inflação persistente e prevê mais volatilidade nos mercados.
Embora muitos esperassem que o FED priorizasse o emprego, Powell destacou que controlar a inflação seria essencial para manter um mercado de trabalho saudável.
Susan Collins, do FED de Boston, chegou a sinalizar apoio aos mercados se necessário, mas Powell indicou que esse momento ainda não chegou.
Também pesou no mercado o corte da Organização Mundial do Comércio (OMC) na previsão para o comércio global em 2025, que agora deve cair 0,2% devido às novas tarifas.
Tarifas sobre a China
A cautela sinalizada por Powell aconteceu no mesmo dia em que o governo Trump confirmou que a tarifa básica sobre importações chinesas permanece em 145%, apesar de um folheto da Casa Branca ter citado até 245%.
O valor de 245% inclui taxas anteriores sobre produtos específicos, como veículos elétricos, que já sofriam tributação de 100% antes do novo mandato.
China x EUA
O mau desempenho das fabricantes de chips e os comentários de Powell abafaram qualquer efeito da sinalização da China de negociar com os EUA.
Pequim estabeleceu condições para o diálogo, como respeito mútuo e o fim de declarações depreciativas, como a de JD Vance, vice-presidente dos EUA, que chamou os chineses de “camponeses”.
Outras exigências incluem compromisso dos EUA com a não interferência em Taiwan, indicação de negociador oficial e fim de políticas que limitem a modernização chinesa.
Os EUA intensificaram controles de exportação para conter o avanço tecnológico da China, e Trump restringiu a venda do chip H20 da Nvidia ao país.
Segundo a economistas, ficou mais claro o que a China quer, e agora os EUA precisam decidir se atenderão às demandas.
Trump também impôs tarifas de 145% aos produtos chineses, e fortaleceu o apoio interno a Xi Jinping, com a redução de um incentivo para um diálogo direto com o mandatário norte-americano.
Donald Trump pode retirar grandes empresas chinesas, como Alibaba e Baidu, das bolsas americanas, de acordo com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent: “Tudo está na mesa”.
O Goldman Sachs classificou a exclusão como “cenário extremo” e estima que investidores americanos teriam que liquidar até US$ 800 bilhões em ações chinesas.
Outras chinesas amplamente negociadas em Nova York incluem PDD Holdings (dona da Temu), NetEase, Li Auto e Yum China.
A Intel caiu 0,62% no after hours após informar clientes chineses que vai precisar de licença para vender alguns processadores de IA.
A Alcoa reportou impacto de US$ 20 milhões no 1º trimestre com tarifas sobre alumínio canadense e espera prejuízo de até US$ 90 milhões no 2º trimestre.
Apesar disso, a Alcoa apresentou um lucro líquido de US$ 548 milhões e receita de US$ 3,370 bilhões, alta de 29,6%, mas suas ações caíram 0,68% no pregão noturno.
Europa
Zona do Euro – Nesta quinta-feira (17), foram informados os novos juros do Banco Central Europeu (BCE) (às 9:15).