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DÓLAR HOJE - Críticas de Trump a Powell e tarifas dos EUA influenciam o câmbio

Na última quinta-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,804

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 10:20: Dólar comercial (compra): -0,71%, cotado a R$ 5,763.
  • – 9:03: Dólar comercial (compra): -0,24%, cotado a R$ 5,790.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,804.

O que influencia o dólar?

A queda dos preços do petróleo, refletida do avanço nas negociações entre Estados Unidos e Irã, reduziu expectativas inflacionárias globais e enfraqueceu temporariamente a moeda norte-americana. Esse efeito foi intensificado pelo feriado nos mercados locais, em um cenário de menor liquidez.

Ao mesmo tempo, os ataques do presidente Donald Trump ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, geraram preocupação em relação a independência da política monetária dos EUA.

A possibilidade de interferência direta no comando do FED assusta os investidores, o que gera uma maior procura por ativos alternativos como o Bitcoin e contribui para a queda do dólar.

Além disso, a incerteza provocada pelas políticas tarifárias dos EUA continua a abalar as projeções de crescimento global.

O adiamento parcial das tarifas, acompanhado de novos dados de atividade (PMIs), não aliviou a insegurança das empresas, que relatam dificuldades em planejar suas operações.

As tarifas elevam os custos de insumos e tendem a pressionar a inflação, ao mesmo tempo em que reduzem a atividade econômica.

Caso a arrecadação com tarifas seja utilizada para financiar cortes de impostos, o déficit fiscal dos EUA pode se agravar, o que também pesa contra a confiança na moeda norte-americana.

Nesse cenário, a China, principal alvo das tarifas, anunciou a manutenção de sua taxa de juros e adotou medidas para fortalecer o yuan.

Ao ampliar o crédito transfronteiriço e incentivar o uso de tecnologias como blockchain em serviços financeiros, Pequim busca internacionalizar sua moeda e reduzir a dependência do dólar.

Brasil

Nesta terça-feira (22), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação), Selic (juros), PIB (crescimento) e dólar em 2025, 2026, 2027 e 2028.

Além disso, investidores monitoram a participação de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Balanços

Após o fechamento dos mercados, a AgroGalaxy (AGXY3), empresa em recuperação judicial, informa seu desempenho financeiro no 4° trimestre de 2024.

EUA

Nesta terça-feira (22), o mercado norte-americano monitora dos dados industriais e de serviços em abril, a serem informados pelo Federal Reserve (FED).

Além disso, observa os discursos de dois dirigentes da autoridade monetária: Phillip Jefferson e Patrick Harker.

As críticas de Trump a Powell se intensificam

Após o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), em Chicago sobre os efeitos negativos das tarifas, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, intensificou os ataques e acusou a autoridade monetária de prejudicar a economia.

Além disso, a sinalização do Federal Reserve (FED) de manter os juros entre 4,25% e 4,50% frustrou investidores e irritou ainda mais o presidente.

Powell afirmou que o FED avalia qual mandato priorizar. Sugeriu alta de juros, e, com isso, contrariou expectativas de cortes e reforçou sua cautela.

Na última segunda-feira (21), Trump minimizou a inflação e, na Truth Social, exigiu cortes imediatos. O mandatário acusou Powell de desacelerar a economia com juros altos.

Ao mesmo tempo, cresce a especulação sobre uma possível demissão de Jerome Powell e o temor de que o Federal Reserve (FED) perca sua independência institucional.

De acordo com analistas, essa ameaça superaria até os temores em relação às tarifas, pois abala a credibilidade do FED e da liderança econômica norte-americana.

Esses cortes motivados politicamente aumentariam a inflação e exigiriam correções mais duras depois, o que comprometeria a estabilidade econômica.

O HSBC reforçou a crítica: as políticas comerciais dos EUA já prejudicaram a imagem do dólar, antes visto como um ativo de proteção.

Com isso, a moeda norte-americano perdeu força diante do euro e do iene. O banco agora aposta no franco suíço como alternativa mais segura.

Já a Pimco questiona a sustentabilidade do dólar como moeda de reserva e recomenda aos investidores reduzirem sua exposição na divisa norte-americana.

A gestora também sugere posições ligadas ao aumento da inclinação da curva de juros e mais alocação em renda fixa global.

A BlackRock, por sua vez, recomenda apenas Treasuries curtos como forma de proteção. Já os de longo prazo estão subavaliados. Para a gestora, as pressões de Trump por redução rápida do déficit podem elevar os juros dos Treasuries, gerando novas tensões.

De acordo com a BlackRock, as negociações tarifárias imprevisíveis afugentam investidores estrangeiros e dificultam o financiamento da dívida pública norte-americana.

China

Enquanto alertava contra acordos comerciais desfavoráveis, a China ordenou que fundos estatais suspendessem novos aportes em private equity dos EUA, segundo o Financial Times.

Sob pressão de Pequim, investidores chineses deixaram de comprometer capital com gestoras americanas e, em alguns casos, pediram exclusão total de negócios nos EUA.

A China Investment Corporation (CIC) e outros fundos estatais estão entre os que recuam, e marcam uma mudança significativa na estratégia de investimentos externos.

Por décadas, instituições como a CIC e a SAFE impulsionaram o crescimento do private equity norte-americano, hoje um setor de US$ 4,70 trilhões.

Essa reviravolta reflete a intensificação das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que seguem em trajetória de confronto.