Nova modalidade

Lula lança Minha Casa, Minha Vida para população em situação de rua: veja como vai funcionar

Nova modalidade vai reservar moradias para pessoas em situação de rua com 100% de financiamento público e foco em reinserção social

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança nesta terça-feira (22) uma nova e inédita modalidade do programa Minha Casa, Minha Vida, desta vez voltada exclusivamente para a população em situação de rua.

A ação, segundo o Ministério das Cidades, representa um passo histórico no enfrentamento à desigualdade habitacional no Brasil.

A seguir, explicamos como vai funcionar essa nova modalidade:

Quanto vai custar para quem for beneficiado?

O anúncio representa a regulamentação de um dispositivo previsto desde 2023, quando o presidente Lula sancionou o novo Minha Casa, Minha Vida com previsão de prioridade para pessoas em situação de rua — mas sem as regras claras, agora finalmente definidas.

A nova modalidade será custeada integralmente pelo governo federal por meio do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).

Ou seja, as famílias contempladas não precisarão pagar nenhuma parcela do imóvel.

“O objetivo é tirar essas famílias das ruas do Brasil e oferecer não apenas um lar, mas atendimento social, psicológico e de saúde”, disse o ministro das Cidades, Jader Filho.

Quem terá direito?

O novo Minha Casa, Minha Vida vai priorizar famílias e pessoas em situação de rua que se enquadrem nos seguintes perfis:

  • Crianças e adolescentes;
  • Mulheres;
  • Pessoas grávidas;
  • Pessoas trans;
  • Idosos;
  • Pessoas com deficiência.

A seleção será feita com base em dados do Cadastro Único (CadÚnico) e em parceria com a assistência social dos municípios.

Como será a oferta de moradias?

Cidades com mais de mil pessoas em situação de rua serão obrigadas a reservar 3% das unidades habitacionais de novos empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. Entre os municípios que já se enquadram estão:

  • Belo Horizonte (MG)
  • Brasília (DF)
  • Curitiba (PR)
  • Fortaleza (CE)
  • Juiz de Fora (MG)
  • Maceió (AL)
  • Manaus (AM)
  • Belém (PA)
  • Porto Alegre (RS)
  • Recife (PE)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Salvador (BA)
  • São José do Rio Preto (SP)

Cidades com números menores de pessoas em situação de rua não serão obrigadas, mas poderão participar e priorizar esse público conforme diretrizes do programa.

E depois que a casa for entregue?

A proposta do governo vai além da chave na mão. As prefeituras deverão desenvolver ações integradas de reinserção social e econômica, incluindo:

  • Acompanhamento social;
  • Apoio psicológico e de saúde;
  • Qualificação profissional e inclusão no mercado de trabalho.

Cada caso será analisado individualmente para definir quais ações serão mais eficazes para aquela família ou indivíduo.

Qual o impacto esperado dessa modalidade do Minha Casa, Minha Vida?

Na fase inicial, o governo prevê a entrega de cerca de mil unidades habitacionais para a população em situação de rua. Esse número pode crescer conforme a estruturação das ações nos municípios e a evolução do programa.

Além disso, a lista de cidades obrigadas a reservar unidades será atualizada a cada dois anos, conforme novas informações do Cadastro Único.