Crise financeira

Voepass entra com pedido de recuperação judicial e acusa Latam

A Voepass citou no pedido dívida total de R$ 209,2 milhões, dos quais R$ 162,2 milhões com credores quirografários

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A Voepass protocolou na noite de terça-feira (22) seu pedido de recuperação judicial na Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 3ª e 6ª Regiões Administrativas de Ribeirão Preto.

A companhia atribui a crise enfrentada à atuação da Latam, e apontou a concorrente como responsável pela sua atual situação financeira.

A Voepass citou no pedido dívida total de R$ 209,2 milhões, dos quais R$ 162,2 milhões com credores quirografários, e afirmou que a Latam “exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes, além de inadimplir relevantes obrigações pecuniárias, tomando decisões negociais igualmente relevantes e deletérias”.

Relembre o acidente que envolveu a Voepass

📍 O que aconteceu?

Em 9 de agosto de 2024, o voo 2.283 da Voepass, operado por um turboélice ATR-72, decolou de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

A bordo estavam 58 passageiros e 4 tripulantes. Durante a aproximação para o pouso, a aeronave caiu em uma área residencial de Vinhedo, interior paulista, e vitimou todas as 62 pessoas a bordo.

  • Esse foi o acidente aéreo com maior número de mortes no mundo em 2024 e o mais fatal no Brasil desde 2007.​

📍 O que causou o acidente?

Um relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), divulgado em setembro de 2024, apontou que a principal hipótese para a causa do acidente foi o acúmulo de gelo nas asas da aeronave.

Esse acúmulo pode ter provocado a perda de sustentação, levando a uma queda em giro vertical, conhecida como parafuso-chato.

A investigação considerou fatores materiais, operacionais e humanos, e indicou uma possível falha multicausal.


📍 Consequências para a Voepass

Após o acidente, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu as operações da Voepass devido a violações nas condições de segurança estabelecidas pela agência.

A ANAC identificou múltiplos descumprimentos nos compromissos da empresa para corrigir falhas e irregularidades, o que levou à suspensão das atividades da companhia.