ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- – 9:07: Dólar comercial (compra): -0,64%, cotado a R$ 5,682.
Na sessão anterior…
Na última quarta-feira (23), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,16%, cotado a R$ 5,718.
O que influencia o dólar?
A matéria do Wall Street Journal sobre a possível redução das tarifas contra a China, aliada ao recuo do presidente Donald Trump nas críticas ao presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, animou os mercados e trouxe um momento de alívio, com maior apetite ao risco por parte dos investidores.
Isso favoreceu moedas de países emergentes, como o real, que se valorizam quando o capital estrangeiro busca rendimento fora dos Estados Unidos.
No entanto, essa melhora tem base frágil, uma vez que as declarações do presidente norte-americano mudam constantemente e tornam muito difícil precificar ativos como o dólar futuro.
Nesta quinta-feira (24), o governo da China negou que esteja em negociação com Donald Trump e exigiu que o republicano ponha fim nas tarifas.
De acordo com o gabinete em Pequim, qualquer informação sobre progresso nas conversas “não tem fundamento” e somente haveria avanço se os EUA removerem todas as tarifas unilaterais.
Além desse cenário, nos Estados Unidos, o Livro Bege mostrou uma piora nas perspectivas econômicas, uma vez que as empresas relutam em contratar e preveem aumento nos custos devido às tarifas.
Essa expectativa de custos mais altos e crescimento mais fraco pressiona o FED e reforça a instabilidade dos mercados.
Impacto das tarifas
Na Europa, as preocupações também aumentam. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou que o excedente de produtos chineses pode ser redirecionado ao continente, o que pode gerar pressão nos preços.
Ainda assim, o impacto pode ser parcialmente compensado pelo aumento fiscal planejado na Alemanha.
No fim, embora as tarifas em si possam aumentar a arrecadação dos EUA — mesmo que terminem reduzidas após as negociações — o cenário como um todo permanece indefinido.
Ambiente de negociações no Brasil
No Brasil, a situação também exige cautela. A taxa básica de juros Selic está em um nível considerado contracionista (14,25% ao ano), o que em tese atrai capital estrangeiro via carry trade e ajuda a valorizar o real.
Contudo, a ausência de um guidance claro por parte do Banco Central (BC) sobre os próximos passos da política monetária adiciona mais uma camada de incerteza.
Além disso, a inflação segue em alta — com o IPCA amplo em alta em março — enquanto o IBC-Br mostrou desaceleração da atividade econômica. Isso limita o espaço de manobra da política monetária e agrava a percepção de risco fiscal, especialmente diante do cenário político ainda instável.
Brasil
Nesta quinta-feira (24), o mercado financeiro local lida com uma agenda de indicadores esvaziada.
Entre os eventos, investidores monitoram o que pode sair das reuniões do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, com o G20, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e com o Banco Mundial, nos EUA.
Além disso, observam o dirigente do BC, Diogo Guillen, participar de evento da XP Investimentos em Washington.
Balanços
Antes da abertura dos mercados, a Usiminas (USIM5) divulga seu balanço financeiro referente ao 1° trimestre de 2025.
Fernando Haddad
Durante o evento “CNN Talks – Especial CNN Money”, na última quarta-feira (23), Haddad afirmou que o governo acompanha as tensões, mas espera que as tarifas não se mantenham por muito tempo.
Segundo ele, as tarifas prejudicam as cadeias produtivas globais e, se a disputa se agravar, os impactos serão globais, não exclusivos ao Brasil.
Além disso, Haddad vê na tensão uma chance para o Brasil ampliar exportações, e o País pode aproveitar a reconfiguração do comércio internacional.
EUA
Nesta quinta-feira (24), o mercado norte-americano observa o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana.
Donald Trump
As reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) continuam pautadas por incertezas sobre tarifas dos EUA, tema que gera pronunciamentos frequentes e preocupação global.
Em Wall Street, os mercados reagiram com alívio moderado ao recuo de Donald Trump, mas investidores demonstram cansaço com sua imprevisibilidade e comunicação volátil.
A notícia sobre possível redução de tarifas para a China animou momentaneamente, mas perdeu força após desmentido do secretário do Tesouro norte-americano e falta de confirmação oficial.
Trump assinou ordens executivas sobre IA e afirmou que negocia tarifas com noventa países, mas continua a emitir sinais contraditórios sobre medidas comerciais.
As idas e vindas de declarações incluem a promessa de rever tarifas à China, ameaça de elevar taxas ao Canadá e possível isenção sobre peças automotivas chinesas.
Investidores estão frustrados com a instabilidade, que tem causado oscilações intensas nos mercados e dificultado qualquer previsão sobre ativos.
Veteranos de Wall Street comparam a situação à crise de 2008 e à pandemia de COVID-19, e apontam que agora as políticas são ditadas por tuítes imprevisíveis.
Dessa forma, especialistas alertam que a incerteza minou a confiança na economia dos EUA. O movimento afeta o dólar, os títulos públicos e aumenta o risco de crise.
Trump busca acordo, mas China nega negociações
Após reunião com executivos do varejo, como Walmart e Home Depot, Trump recuou nas críticas a Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED) e sinalizou um possível acordo com a China.
Empresários alertaram que tarifas de importação podem desorganizar cadeias de suprimentos, elevar preços e deixar prateleiras vazias nas lojas nas próximas semanas.
Diante disso, o Wall Street Journal revelou que o governo considera reduzir tarifas sobre produtos chineses, com cortes entre 35% e 100%, a depender da sensibilidade do item.
A princípio, o plano, segundo a reportagem, prevê implementação gradual em cinco anos, com alíquotas mais baixas para itens não críticos à segurança nacional.
A porta-voz da Casa Branca afirmou que as tarifas foram usadas como alavanca para negociação, mas pediu paciência sobre a ausência de resposta chinesa.
Enquanto Trump ainda aguarda um telefonema de Xi Jinping, o governo chinês declarou que não existe qualquer negociação em andamento com os EUA.
Segundo Pequim, qualquer informação sobre progresso nas conversas “não tem fundamento” e somente haveria avanço se os EUA removerem todas as tarifas unilaterais.
Para analistas, Trump parece pressionado pela queda dos mercados e busca um acordo rápido, ao contrário da postura firme da China.
Livro Bege
O Livro Bege, do Federal Reserve (FED), mostrou que a incerteza sobre o uso de tarifas por Trump aumentou nas últimas semanas em todo o país.
O relatório mencionou tarifas cento e sete vezes e usou variações da palavra “incerteza” em oitenta e nove ocasiões, o que sinaliza uma forte preocupação entre empresários.
Com dados coletados até o dia 14 de abril, o documento serve de base para a próxima reunião de política monetária do Fed, marcada para o dia 7 de maio.
Os preços subiram em todos os distritos, e empresas relatam aumentos nos custos de insumos e intenção de repassar esses custos aos consumidores.
O emprego se manteve estável, mas muitas empresas decidiram adotar cautela, e, com isso, reduziram contratações enquanto aguardam mais clareza sobre o cenário econômico.
Estados contra as tarifas
Doze estados dos EUA abriram processo contra as tarifas globais impostas por Donald Trump, e alegam que o republicano contornou ilegalmente o Congresso norte-americano ao usar uma lei de emergência econômica.
A ação, movida no Tribunal de Comércio Internacional em Manhattan, acusa o presidente de governar por capricho, sem respeitar os limites de sua autoridade legal.
De acordo com os estados, que incluem Nova York, Illinois e Arizona, Trump teria alterado a ordem constitucional e causado caos na economia norte-americana.
Nesse sentido, o grupo se une à Califórnia, que já havia iniciado processos semelhantes e pede à Justiça a suspensão imediata das tarifas.