A fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi, que pode originar um gigante do varejo pet com um volume de vendas de R$ 7,0 bilhões, acaba de ganhar um novo desdobramento.
A Petlove, terceira maior varejista do setor, foi oficialmente habilitada como terceira interessada no processo de análise conduzido pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Essa inclusão pode provocar um prolongamento na revisão da operação.
Embora a participação da Petlove não seja inesperada, sua entrada no processo pode afetar diretamente os prazos da decisão final. Isso porque, como terceira interessada, a companhia possui o direito de recorrer da decisão da Superintendência-Geral, o que pode elevar o prazo de 50 para até 150 dias, conforme explicou um advogado especialista em direito concorrencial à revista Exame em reportagem publicada em fevereiro.
Petlove questiona definição de mercado relevante e alerta para risco de monopólio
A principal preocupação levantada pela Petlove diz respeito à delimitação do mercado relevante. A companhia alega que a fusão pode resultar na formação de um monopólio regional, e compromete a livre concorrência.
Segundo a Petlove, o edital da fusão falha ao equiparar superstores com lojas de bairro, que possuem um sortimento de produtos consideravelmente menor.
- Essa classificação, segundo a empresa, poderia mascarar os reais impactos da união, reduzir a competição, elevar preços e restringir a variedade e inovação no setor.
Em 2024, a Petlove alcançou um faturamento de R$ 1,75 bilhão no e-commerce pet e avalia que a junção entre Petz e Cobasi pode ameaçar a competitividade do mercado.
“ O faturamento da empresa combinada de Petz e Cobasi daria à nova entidade um poder significativo sobre fornecedores e consumidores, compromete a eficiência e os benefícios ao público final“, afirmou a empresa.
Em resposta, Petz e Cobasi divulgaram nota conjunta em que afirmam que o mercado pet tem sido “marcado por uma intensa e qualificada concorrência, tanto no físico quanto no digital. Lojas de bairro, apoiadas em serviços, continuam a preferência de mais de 60% da população“.