Investigação

Apagão na Europa: Espanha e Portugal levantam suspeitas de 'ciberataque' — entenda

Instituto Nacional de Segurança Cibernética (INCIBE) da Espanha está investigando o motivo do apagão, mas adianta a possibilidade de uma ação contra sistemas de informação

Apagão
PAULO PINTO/ AGÊNCIA BRASIL

Um apagão de grandes proporções afetou diversos países da Europa nesta segunda-feira (28) e deixou milhões de pessoas sem energia elétrica. Autoridades lidam com a possibilidade de um ciberataque.

O Instituto Nacional de Segurança Cibernética (INCIBE) da Espanha está investigando o motivo do apagão e indica que os indícios levam para a confirmação de um ciberataque. Já o governo de Portugal ainda não confirmou essa hipótese, apesar das declarações do ministro Manuel Castro Almeida, indicar que a falha “é compatível com um ciberataque, mas sem confirmação oficial”.

A princípio, o blecaute teve efeitos devastadores em Portugal, Espanha, França, Polônia, Finlândia e até mesmo em Marrocos, com relatos de falhas no fornecimento de energia, interrompendo desde semáforos e linhas telefônicas até sistemas de transporte como o metrô.

O governo português criou um grupo de trabalho para investigar a origem do problema, que, segundo as autoridades, parece ter vindo de fora do país.

De acordo com a concessionária espanhola Red Elétrica, a falha também afetou diversas cidades da Espanha, como Madri, Sevilha e Málaga.

A empresa está trabalhando para restabelecer o fornecimento de energia e investigando as causas do problema. Já em Portugal, a E-Redes, responsável pela distribuição de eletricidade, confirmou a falha e afirmou que está mobilizando todos os recursos para resolver a situação.


“O que é um ciberataque?” É uma ação maliciosa realizada por indivíduos ou grupos com o objetivo de invadir sistemas de computação e redes de comunicação, geralmente para roubar dados, causar danos ou comprometer o funcionamento de sistemas vitais.


Impacto para os habitantes

O impacto do apagão foi sentido de forma intensa nas principais cidades da Europa. Em Lisboa, a Polícia de Segurança Pública aumentou o efetivo para lidar com o caos no trânsito, especialmente nas áreas onde os semáforos pararam de funcionar.

“Reduza a velocidade e preste atenção redobrada”, alertou a polícia, enquanto recomendava cautela para quem estivesse dirigindo.

Em Madri, a situação foi ainda mais dramática: o trânsito ficou paralisado, e o apagão também causou a interrupção de um jogo de tênis entre Dimitrov e Fearnely, que teve de ser interrompido devido à falta de eletricidade.

Além disso, vários serviços essenciais começaram a enfrentar sérios problemas. Hospitais, como alguns em Portugal, foram forçados a operar com geradores, e instituições acadêmicas, como a Universidade Nova de Lisboa, também recorreram a fontes alternativas de energia.

Enquanto isso, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, turistas enfrentaram longas filas no escuro, sem ar-condicionado ou água encanada.

As lojas no local só aceitavam pagamento em dinheiro, aumentando o desconforto para os passageiros.

O apagão também afetou outros países europeus, como a França, Alemanha, Países Baixos e Suécia, com relatos de falhas em sistemas elétricos e de transportes.

O impacto se estendeu a diversas áreas, como transporte ferroviário, onde a operadora Renfe da Espanha anunciou a paralisação de trens devido à queda de energia.