Nesta sexta-feira (22), o mercado financeiro digere a divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, enquanto aguarda uma sinalização maior dos próximos passos do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) sobre os juros básicos em ata a ser divulgada na próxima terça-feira (26).

O Ibovespa encerrou em queda de 0,88%, aos 127.027,10 pontos.

Agenda de indicadores econômicos desta sexta-feira, 22 de março:

Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, programado para ser divulgado às 10:00. Agentes e analistas do mercado financeiro aguardam um bloqueio menor, de R$ 3,0 bilhões, e uma manutenção da meta de déficit fiscal zero. O secretário do Orçamento, Paulo Bijos, detalha o relatório às 10:30.

ATUALIZAÇÕES:

– 10:11: Ibovespa: -0,33%, aos 127.735,47 pontos.

Confira outros fatores que movimentam o Ibovespa nesta sexta-feira (22):

Orçamento

i. Agentes e analistas do mercado financeiro aguardam um bloqueio menor, de R$ 3,0 bilhões, e uma manutenção da meta de déficit fiscal zero, no Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.

A projeção inicial era de que seria necessário bloquear de R$ 5,0 bilhões a 15,0 bilhões para manter no relatório a ser enviado ao Congresso Nacional a promessa do Ministério da Fazenda de zerar o déficit das contas públicas neste ano.

Mas a surpresa positiva da elevação das receitas (com a arrecadação melhor neste início de ano) e da revisão de gastos previdenciários com o INSS deve permitir que o Poder Executivo congele menos recursos aos ministérios, apontou o site Bom Dia Mercado.

ii. Divulgados na última quarta-feira (20), os dados oficiais da arrecadação federal confirmaram o melhor fevereiro da história: R$ 186,522 bilhões. Nos dois primeiros meses do ano, o volume arrecadado (R$ 467,158 bilhões) foi recorde para o período.

Rosa Riscala e Mariana Ciscato, do site Bom Dia Mercado, apontam que os picos refletiram o pacote de medidas adotado no ano passado pela Pasta para turbinar a arrecadação, como a mudança na taxação sobre os fundos exclusivos (super-ricos), que, sozinha, gerou R$ 4,0 bilhões em receitas.

iii. O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende usar esse fôlego para esvaziar e adiar o debate sobre flexibilização da meta, informaram as jornalistas. O bom desempenho da receita libera a abertura de crédito suplementar para gastos, como prevê o arcabouço fiscal.

iv. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, porém, o secretário Rogério Ceron, do Tesouro Nacional, disse que a equipe econômica só lança mão da abertura de crédito extra se for compatível e não prejudicar o cumprimento do alvo fiscal (déficit zero).

Ceron revelou, ainda que a abertura de crédito permitida para maio – quando for revelado o segundo relatório de receitas e despesas – pode ser parcial, apenas para cobrir parte das despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários.