Ibovespa abre em alta de 0,3%, com tensão Rússia-Ucrânia e riscos fiscais; dólar cai 0,4%, a R$ 5,11

O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, iniciou o pregão em alta nesta segunda-feira (21).

Investidores monitoram desdobramentos da tensão Rússia-Ucrânia, e operam com mais cautela. Balanços corporativos e discussões em torno de questões fiscais domésticas seguem no radar de agentes do mercado financeiro.

Por volta das 10h26, os ganhos eram de 0,27%, aos 113.186 pontos.

O dólar tinha desvalorização de 0,39%, cotado a R$ 5,119.

Veja os fatores que influenciam os mercados hoje:

Mercados internacionais

Ásia (encerrados) 
Nikkei 225 (Jap): 0,78% ↓ 
Shanghai Composite (Chi): 0,01% ↓                                                                                                                                                                                                     
Europa 
DAX 30 (Ale): 1,48% ↓                                                                                                                                                                                 
FTSE 100 (Ing): 0,68% ↓                                                                                                            
CAC 40 (Fra): 1,73% ↓                                                                         

Nos EUA, os índices futuros operam em campo negativo entre 0,60% e 1,35%. Por lá, as bolsas de Nova Iorque estarão fechadas nesta segunda-feira (21) em razão do feriado do Dia do Presidente.

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Boletim Focus

Na manhã desta segunda-feira (21), o Banco Central (BC) divulgou o Boletim Focus, produzido a partir de consultas com economistas de mais de 100 instituições financeiras.

Segundo o mercado financeiro, para o ano de 2022, as projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, foram elevadas de 5,50% para 5,56% – considerado o centro da meta de 3,50% no ano que vem e o topo do intervalo de tolerância que permite a elevação em 1,5 ponto percentual. 

Quanto ao PIB, a projeção de crescimento foi mantida em 0,30%.

As estimativas para a taxa básica de juros Selic são de 12,25% a.a. e o dólar deve encerrar o ano em R$ 5,50 (antes R$ 5,58).

Novas tentativas para driblar alta dos combustíveis

Duas PECs já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, com cálculos de perda de arrecadação que vão de R$ 18 bilhões até R$ 100 bilhões a depender do conteúdo, mas o foco no momento são dois projetos de lei sobre o tema que podem ser votados nesta semana.

Um dos PLs determina um valor fixo de cobrança do ICMS para combustíveis, com o tributo estadual que deixaria de variar de acordo com flutuações de preço do produto, e expande o chamado vale-gás para famílias brasileiras.

Já o outro criaria um fundo de estabilização do preço do petróleo e derivados (diesel, gasolina e GLP), com uma nova política de preços internos de venda para distribuidores.

Eletrobras

O processo de privatização da Eletrobras (SA:ELET3) ganhará mais um capítulo amanhã, 22, com a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) em reunião para votar os termos para a oferta de ações da companhia.

Se isso avançar normalmente, as expectativas são de que a empresa seja privatizada no segundo trimestre.

A capitalização deve acontecer por meio da emissão de novas ações, na qual o governo vai renunciar ao seu direito de subscrição.

Assim, a participação da União deve ser reduzida de 72,33% para, no máximo, 45%.

Uma oferta secundária das ações detidas pelo governo não foi descartada, caso a oferta primária não seja suficiente para diluir a participação estatal na companhia.

Cerca de doze itens também devem ser votados na AGE, incluída a transferência do controle sobre Itaipu e da Eletronuclear para a estatal ENBpar, recém criada.

Outros pontos da votação incluem o pagamento de R$ 25 bilhões ao Estado em outorgas, e mais R$ 32,1 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), além da reforma no estatuto social da Eletrobras.