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Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos, com peso de Copom e FOMC; dólar e juros futuros disparam

Confira aqui os principais fatores que influenciam os mercados financeiros em todo o mundo nesta quinta-feira (23)

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Ibovespa e dólar hoje (23)

Nesta quinta-feira (23), o Ibovespa, principal índice acionário da B3, fechou em queda de 2,29%, a 97.926,34. O dólar comercial (compra) encerrou com uma valorização de 1,1%, a R$ 5,290.

Outros índices

BDRX: +1,37%

Ifix: -0,35%

SMLL: -4,25%

Bolsas globais agora

Ásia [Encerrados]

Nikkei 225 (Japão): -0,17%

Shanghai Composite (China): +0,64%

Europa [Encerrados] 

DAX 30 (Alemanha): -0,06%

FTSE 100 (Inglaterra): -0,91%

CAC 40 (França): +0,11%

EUA [Encerrados] 

Dow Jones: +0,25%

S&P 500: +0,29% 

Nasdaq 100: +1,29%

 

EWZ

O iShares MSCI Brazil ETF (EWZ) encerrou as negociações em queda de 3,29% nesta quinta-feira (23), em NY.

 

Juros futuros (DIs)

Ativo Variação (p.) Último Preço
DI1F24 +0,175

13,18

DI1F25 +0,105

12,135

DI1F26 +0,09

12,16

DI1F28

+0,095

12,595
DI1F30

+0,11

13,01
DI1F32

+0,13

13,19

[Por volta de 17:22]

Commodities

Minério de ferro – O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian registrou queda de 2,01% em seus preços, a 854,00 iuanes, o equivalente a US$ 125,14 por tonelada métrica.

Petróleo – O petróleo WTI para maio fechou em queda de 1,32%, a US$ 69,96 por barril, nesta quinta-feira (23). O petróleo tipo Brent para maio caiu 1,15%, a US$ 75,50 por barril.

Confira aqui os principais fatores que influenciam os mercados financeiros em todo o mundo nesta quinta-feira (23):

SpaceNews

Brasil

Copom – Apesar da desaceleração da economia e das pressões de parte do governo, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. 

Em comunicado, o colegiado informou que o ambiente internacional se deteriorou desde a última reunião do órgão, com bancos nos Estados Unidos e na Europa em problemas e com a inflação na maioria dos países sem ceder.

Na economia doméstica, a desaceleração continua, com a inflação acima do teto da meta. O texto menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo governo, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol.

“Por um lado, a recente reoneração dos combustíveis reduziu a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo. Por outro lado, a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária”, destacou o comunicado.

Em evento no Complexo Naval de Itaguaí, para conhecer o Programa de Submarinos da Marinha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que quem deveria cuidar de Campos Neto era o Senado que o indicou, “porque ele não foi eleito pelo povo”. “Não existe explicação para a taxa de juros no Brasil estar 13,75%”, complementou.

Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o comunicado foi “muito preocupante”. “O Copom chega a sinalizar uma subida da taxa de juros. Lemos com muita atenção, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante”, declarou, ao deixar a sede do Ministério da Fazenda.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, não poupou críticas ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto. Aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) na noite desta quarta-feira (22), Costa chamou o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de “insensibilidade”.

“Essa insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e aumenta o sofrimento do povo brasileiro”, criticou o ministro. “Quando cair a taxa de juros fica mais fácil para o povo consumir, fica mais fácil para o empresário poder investir na agricultura, no comércio, na indústria”, acrescentou.

Imediatamente, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, se pronunciou no Twitter, onde tem dirigido críticas frequentes a RCN.

De acordo com o blog da jornalista Andreia Sadi, do g1 e da GloboNews, o governo Lula III vai pressionar pela saída de Roberto Campos Neto por meio de senadores do PT e da base aliada. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado Federal, teria avisado ao Planalto que não haveria votos suficientes para a medida.

RCN não planeja renunciar, informou Sadi.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou de “equivocada” a decisão. 

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio e Janeiro (Firjan) reitera que a manutenção do elevado patamar da taxa de juros da economia (Selic), em 13,75% ao ano, tem imposto severos sacrifícios à atividade econômica e representado entrave para as condições de crédito.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiou a decisão. Para a entidade, a manutenção dos juros “revela uma completa submissão do Copom aos interesses dos rentistas e um evidente boicote do presidente do BC ao esforço de todos e todas que trabalham pela retomada do crescimento da economia”.

A Força Sindical emitiu nota em que classifica os juros atuais de “extorsivos”, sufocando a produção, o consumo e a geração de empregos. “Mais uma vez o Copom [Comitê de Política Monetária] do Banco Central frustra os trabalhadores (as), e se curva aos especuladores. Tragicamente, também em nosso país estamos reféns dos poderosíssimos interesses dos rentistas”, destacou.

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) entende que o Banco Central precisa reduzir a taxa Selic, pois os juros altos são entraves ao desenvolvimento econômico do Brasil e podem prejudicar a geração futura de emprego.

Para Roberto Simioni, economista-chefe da Blue3 Investimentos, o Banco Central, ao que tudo indica, continua focado em controlar a inflação, e não em promover a retomada da atividade econômica. Simioni avalia que o órgão ganhou tempo para a próxima reunião do Copom, para compreender melhor os aspectos que envolvem a economia americana, as questões inflacionárias que envolvem a economia local e os efeitos do arcabouço fiscal prometido. 

Para a Órama Investimentos, o Copom emitiu um comunicado “duro”. Analistas acreditam que a diretoria do BC deve aguardar a tramitação no Congresso (abril) da nova regra fiscal para ter maior convicção em alterar a rota contracionista em curso para iniciar o processo de cortes nas taxas.

“Trabalhamos com um cenário em que juros continuarão altos por mais tempo, talvez com queda apenas no segundo semestre e em menor magnitude”, comentou o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.

Débora Nogueira, economista-chefe de Tenax Capital, avalia que houve o aceno ao Ministério da Fazenda com o reconhecimento de que a reoneração dos combustíveis conseguiu reduzir a incerteza dos resultados fiscais no curto prazo.

Para a especialista, a frase sobre a desancoragem da expectativa de inflação em prazos mais longos deve trazer de volta a discussão sobre o que deve ser o centro de inflação a ser perseguido.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena, comentou que o comunicado apresentou um tom mais duro do que esperado. “Reconhecemos que aumentou a probabilidade de que a taxa Selic fique estável ao longo do ano ou só comece a cair nas últimas reuniões”, disse.

“Acreditamos que essa sinalização colabore para a diminuição dos impactos dos ruídos sobre as expectativas privadas”, além de contribuir “para o processo de desinflação”, escreveram analistas da Terra Investimentos.

Em seu morning call, a Levante corroborou com a postura do Banco Central e descreveu que, apesar do novo arcabouço fiscal ter sido apresentado formalmente, o mesmo foi reduzido pela autarquia ao seu tamanho real devido ao longo caminho para sua aprovação.

“Tem de ser aprovado pelo Congresso, normatizado pela Receita Federal, colocado em prática e, só então, será possível ver se ele vai ser eficaz para garantir o equilíbrio das contas públicas”.

A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a quinta vez seguida em que o BC não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. Anteriormente, o Copom tinha elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.

De março a junho de 2021, o Copom elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto do mesmo ano, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião.

Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro de 2021 até fevereiro de 2022.

No ano passado, o Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica, iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de Covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo.

A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Balanços

Empresas Códigos Data Horário
Aliansce Sonae ALSO3 23 de março Depois do fechamento
Alliar AALR3 23 de março Depois do fechamento
Armac ARML3 23 de março Depois do fechamento
Biomm BIOM3 23 de março Depois do fechamento
Cogna  COGN3 23 de março Depois do fechamento
Dimed PNVL4 23 de março Depois do fechamento
Eletromidia ELMD3 23 de março Depois do fechamento
Eneva ENEV3 23 de março Depois do fechamento
Eucatex EUCA4 23 de março Depois do fechamento
HBR  HBRE3 23 de março Depois do fechamento
Locaweb LWSA3 23 de março Depois do fechamento
Oi OIBR4 23 de março Depois do fechamento
Sabesp SBSP3 23 de março Depois do fechamento
Tecnisa TCSA3 23 de março Depois do fechamento
Triunfo TPIS3 23 de março Depois do fechamento
Vasta  VSTA 23 de março Depois do fechamento
Viver VIVR3 23 de março Depois do fechamento
Wilson Sons PORT3 23 de março Depois do fechamento

Âncora fiscal – O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na quarta-feira (22) que o projeto da nova âncora fiscal deve ser apreciado pelo plenário em abril. 

Planejamento e Orçamento – As medidas de aumento de arrecadação e de revisão de gastos anunciadas até agora deverão fazer o déficit primário em 2023 cair de R$ 228,1 bilhões para R$ 107,6 bilhões, equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou na quarta-feira (22) o Ministério do Planejamento e Orçamento.

O número consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e publicado a cada dois meses.

Juros do crédito consignado – O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, deu um prazo até a próxima terça-feira (28) para a definição do novo teto dos juros do crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em entrevista aos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na noite desta quarta-feira (22), ele detalhou a agenda de reuniões nos próximos dias, quando serão feitas tentativas de fechar um valor para o teto.

Arrecadação federal – A Arrecadação federal somou R$ 158,99 bilhões em fevereiro, alta real de 1,28% na comparação anual, informou a Receita Federal nesta quinta-feira (23).

Streaming – O mercado fonográfico brasileiro arrecadou R$ 2,5 bilhões em 2022, alta de 15,4% em comparação com o ano anterior.

Esse foi o sexto ano consecutivo de crescimento do setor, conforme balanço apresentado pela Pro-Música Brasil Produtores Fonográficos Associados, entidade que representa as principais gravadoras e produtoras fonográficas do país.

O resultado foi equivalente a quase o dobro do obtido nos últimos quatro anos e levou o país a subir da décima primeira para a nona posição no ranking da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, do nome em inglês).

EUA

FOMC – Na quarta-feira (22), o FOMC, do Federal Reserve (Fed), anunciou a elevação da taxa de juros norte-americana em 0,25%, de acordo com o precificado pelo mercado.

Para Nicole Kretzmann, economista-chefe da Upon Global Capital, as projeções e o comunicado da autoridade monetária sugerem que deve ocorrer mais uma alta, porém, daqui para frente o Fed vai ser ainda mais “data-dependent” devido aos eventos recentes de turbulência no setor bancário.

Isso porque aumentou a incerteza em relação ao esperado, e pode ser que a alta de juros adicional não seja necessária, avalia a executiva.

“Isso determinou para que o tom da mensagem de hoje fosse para o lado dovish, um aperto de crédito na economia com os bancos mais cautelosos”, complementou.

Investidores devem repercutir ainda novos números semanais de pedidos de seguro-desemprego.

Em um relatório, o Departamento do Trabalho informou que o valor do número de pedidos de auxílio desemprego nos EUA registrou perdas para uma taxa anual ajustada sazonalmente de 191 mil.

(Investing.com Brasil)
 

Europa

Reino Unido – O Banco da Inglaterra (BoE) definiu nesta quinta-feira (23) a trajetória da taxa de juros britânica, com elevação em 0,25 p.p..

Suíça – O banco central da Suíça, por sua vez, elevou sua taxa básica de juros em 50 pontos-base.

Com informações de Agência Brasil e Reuters.