Mesmo diante do pacote de cortes de gastos públicos anunciado pelo Governo Federal, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, garantiu que a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) será realizada em 2025.
Segundo a ministra, o número de vagas dependerá do orçamento que for aprovado pelo Congresso Nacional para o próximo ano.
“Ainda tem a previsão do novo CNU. A quantidade de vagas vai depender do que for aprovado no Orçamento, mas a decisão só vai sair mais para o final do ano”, declarou Esther Dweck em coletiva à imprensa nesta quinta-feira, 28.
Modelo inovador de seleção
O CNU, realizado pela primeira vez em 2023, é uma iniciativa inédita que unifica o processo de seleção para o Poder Executivo Federal. Na edição inaugural, foram ofertadas 6.640 vagas em mais de 20 órgãos e autarquias, com provas aplicadas em 228 cidades de todo o Brasil.
Por meio deste modelo, os candidatos realizam apenas uma inscrição e uma prova única, concorrendo a vagas em diferentes órgãos e carreiras. Esse formato busca aumentar a eficiência e a acessibilidade, evitando deslocamentos excessivos para os candidatos e reduzindo custos administrativos.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025 prevê um total de R$ 5 bilhões para provimentos no serviço público, dos quais R$ 1 bilhão poderá ser retirado, conforme decisão anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esse corte afeta diretamente os recursos para novos concursos e provimentos adicionais.
Ainda assim, a segunda edição do CNU depende de dois fatores principais: a adesão dos órgãos interessados e o orçamento aprovado. Segundo a ministra, alguns órgãos já confirmaram a participação, enquanto outros ainda avaliam a possibilidade.
Entre os confirmados estão:
- Fundação Biblioteca Nacional (FBN), com 14 vagas de nível superior;
- Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), com 20 vagas de nível superior.
Já órgãos como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Agência Nacional de Mineração optaram por não aderir ao CNU, pois já possuem editais próprios em andamento.
Aprendizados da primeira edição do CNU
O resultado final do CNU 2023, que estava previsto para 21 de novembro, foi adiado para fevereiro devido a um acordo judicial. A mudança permitiu a reintegração de mais de 32 mil candidatos ao processo seletivo.
Segundo Alexandre Retamal, ex-coordenador-geral de logística do CNU, esse adiamento não afetará a realização da edição de 2025. Pelo contrário, os aprendizados da primeira edição ajudarão a consolidar o modelo unificado.
“Os aprendizados permitirão que a gente faça uma próxima edição muito melhor, tanto em termos de editais, contratação e segurança”, afirmou Retamal.
Corte de gastos e impacto nos concursos públicos
O Governo Federal anunciou, na última quarta-feira, 27, um pacote de medidas para reduzir os gastos públicos, incluindo cortes em concursos federais.
A economia esperada é de R$ 1 bilhão em 2025, sendo esse valor retirado do montante destinado à abertura de novos certames e provimentos adicionais.
O governo espera que o modelo consolidado otimize recursos e amplie a acessibilidade ao serviço público federal.
“Teremos um modelo ainda mais eficiente, com melhorias que já estão sendo planejadas com base na primeira edição”, finalizou Esther Dweck.
Com informações de QConcursos.