Prioridades

Prioridade da Geração Z não é salário alto e sim equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Uma pesquisa da Top Employers Institute revelou que, 62% aceitariam um salário menor se isso significasse um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Prioridade da Geração Z não é salário alto e sim equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Crédito: GettyImages

Para a Geração Z, dinheiro realmente não compra felicidade. Esta é uma crença que orienta suas prioridades no local de trabalho. A descoberta veio da nova pesquisa do Top Employers Institute, uma empresa sediada na Holanda que fornece dados para empresas que atendem a certos padrões de RH.

A pesquisa, que levou em consideração as opiniões de 1.700 pessoas em todo o mundo na faixa etária de 18 a 27 anos, descobriu que 62% aceitariam um salário menor se isso significasse um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Outras descobertas falaram de prioridades semelhantes da Geração Z. A pesquisa descobriu que, para 82% dos entrevistados, é importante ter flexibilidade em sua agenda.

83% acreditam que seus empregadores têm a responsabilidade de apoiar sua saúde psicológica. No geral, a pesquisa revela que a Geração Z tem uma atitude muito diferente sobre o trabalho quando comparada a membros das gerações anteriores.

Ou seja, a vida para eles é muito mais do que um emprego — e um trabalho não deve ser tão esmagador ou exigente a ponto de desviar a atenção de aspectos além deste universo.

Jake Canull, diretor regional do Top Employers Institute, disse ao MarketWatch que a pesquisa fala sobre a necessidade da Geração Z por “estabilidade, sustentabilidade e segurança” no local de trabalho.

Canull pontuou que é uma necessidade decorrente do fato de que muitos membros da Geração Z começaram suas carreiras durante a era turbulenta da pandemia do coronavírus e agora buscam mais normalidade.

Geração Z pode ser considerada mais pragmática?

As descobertas da pesquisa não são uma surpresa para RH e outros especialistas do local de trabalho que conversaram com o MarketWatch.

Roberta R. Katz, coautora de “Gen Z, Explained: The Art of Living in a Digital Age”, explicou que as visões da Geração Z sobre o local de trabalho foram moldadas — e marcadas — por mais do que apenas a pandemia.

Ela observou que, mesmo que fossem apenas crianças durante a crise financeira de 2008 – 2009, as pessoas desta geração cresceram com a compreensão de que o mundo nem sempre está em uma base tão sólida como resultado daquela crise econômica.

Daí o desejo de ter estabilidade no emprego, mesmo à custa de salários mais altos. “Eles são conhecidos como uma geração muito pragmática”, disse Katz.

Os empregadores, no entanto, nem sempre estão de acordo com essas prioridades e às vezes dizem que a Geração Z não está apta ou pronta para o local de trabalho e suas demandas por profissionalismo e responsabilidade.

Uma pesquisa recente da Intelligent.com, uma empresa que fornece classificações de faculdades e outros recursos educacionais, descobriu que 75% das empresas “relatam que alguns ou todos os recém-formados que contrataram este ano foram insatisfatórios”.

A pesquisa também descobriu que a maioria dos gerentes de contratação acredita que os recém-formados de hoje são arrogantes, se ofendem facilmente e não têm ética de trabalho.

Vicki Salemi, especialista em carreiras do site de empregos Monster, disse que a conclusão é que a Geração Z representa o futuro do mundo do trabalho. “Eles são uma geração valiosa. Precisamos respeitá-los”, ela disse.

(MarketWatch)