Nesta terça-feira (8), o petróleo do tipo Brent caía cerca de 4%, por volta de 14:30 (horário de Brasília), com o mercado repercutindo informações de que a resposta de Israel ao Irã privilegiaria ativos militares e não nucleares Irã.
Segundo o site Jerusalem Post, não é esperado um ataque israelense no programa nuclear iraniano, mas sim que se concentre em vários tipos de bases militares e locais de inteligência.
Antes do forte crescimento visto nos últimos dias, o mercado temia pela demanda norte-americana, chinesa e o reestabelecimento das cotas de produção por parte da OPEP, afirma a Ativa Investimentos.
“Após o corte de juros promovido pelo FED, o anúncio de estímulos promovidos pelo PBoC, o adiamento do reestabelecimento das cotas por parte da OPEP de outubro para dezembro e o aumento da beligerância no Oriente Médio, os preços então rapidamente saíram de US$ 70 para US$80/barril”, diz a casa de análise.
Neste sentido, a Ativa acredita que a consolidação entre estes valores seja mais factível que a manutenção dos preços do barril de petróleo em um dos polos.
Israel, Líbano, Irã: tensão no Oriente Médio deve envolver ainda mais países no curto prazo
Nesta terça-feira, 1º de outubro, o Irã lançou mísseis contra Israel, movimento que marca a retaliação pela morte de líderes importantes de grupos apoiados pelo país, como Hassan Nasrallah, do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, do Hamas.
O regime iraniano lançou mais de 150 mísseis contra Israel, atingindo áreas como Tel Aviv e Jerusalém. Os lançamentos foram interceptados pelo sistema de defesa Domo de Ferro de Israel.
Roberto Uebel, professor de relações internacionais da ESPM, afirma que essa é uma guerra de proporções regionais.
“Estamos falando de três atores envolvidos, Israel, Líbano e agora o Irã, além de outros atores para-estatais. O que estamos testemunhando é uma escalada muito rápida de um conflito, que deve envolver outros atores no curtíssimo prazo, como Arábia Saudita, Turquia e Jordânia. Além de potências como Estados Unidos, Rússia e China”, pontuou o professor.
Uebel pontuou ainda que o mundo está acompanhando agora o maior conflito regional do Oriente Médio depois das guerras do Afeganistão e Iraque.