A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) deflagrou, nesta quarta-feira (26), uma operação que trouxe como alvo o rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido artisticamente como Oruam.
A ação ocorre em dois endereços ligados ao cantor, filho do traficante Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, que cumpre pena de 44 anos de prisão.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juízo de Santa Isabel, em São Paulo, e compõem um inquérito que investiga um disparo de arma de fogo atribuído a Oruam em 16 de dezembro do ano passado.
O incidente aconteceu em um condomínio residencial na cidade de Igaratá, interior de São Paulo.
O cantor foi indiciado pelo crime e acusado de colocar em risco a integridade física de diversas pessoas.
De acordo com informações da Polícia Civil, a operação visa localizar e apreender a arma usada no episódio, além de coletar evidências que possam identificar o proprietário do armamento.
Durante a ação, um homem foragido da Justiça por envolvimento em organização criminosa foi preso na casa de Oruam. E o rapper foi preso por abrigá-lo.
Além dos endereços ligados diretamente ao cantor, agentes cumpriram mandados na residência de sua mãe, Márcia Nepomuceno.
Oruam já havia sido preso na Barra da Tijuca após manobra arriscada no trânsito
Cantor foi autuado por dirigir com carteira suspensa e liberado mediante fiança de R$ 60 mil
Essa não foi a primeira vez que o nome de Oruam se vê envolvido em problemas com a Justiça.
No dia 20 de fevereiro, ele foi preso em flagrante na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O cantor, ao se deparar com uma blitz policial, realizou uma manobra arriscada conhecida como “cavalo de pau“, parou seu veículo na contramão e chamou a atenção dos agentes.
Além da condução perigosa, Oruam dirigiu com a carteira de habilitação suspensa.
O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca) e, apesar da gravidade da infração, ele foi liberado após pagar uma fiança estipulada em R$ 60.720, valor correspondente a 40 salários mínimos.
Oruam mantém trajetória musical e polêmicas
Cantor registra um histórico de manifestações públicas em defesa de seu pai, o traficante Marcinho VP
Atualmente, Oruam desponta como um dos nomes em ascensão no cenário do rap nacional, responsável por diversos hits populares.
No entanto, sua trajetória também fora marcada por controvérsias.
Em março do ano passado, o rapper foi duramente criticado após se apresentar no festival Lollapalooza, em São Paulo, com uma camiseta que pedia a liberdade de seu pai, Marcinho VP.
Diante da repercussão negativa, o cantor justificou sua atitude por meio das redes sociais.
A declaração, entretanto, não foi suficiente para conter as críticas.
Além da ligação com Marcinho VP, Oruam mantém outra conexão familiar com o crime organizado: Elias Maluco, conhecido por ser o assassino do jornalista Tim Lopes. Considerado como tio pelo cantor, Elias foi homenageado por Oruam com uma tatuagem na barriga.
Lei Anti-Oruam avança na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro
Proposta visa impedir contratação de artistas que fazem apologia ao crime e ao uso de drogas
A atuação de Oruam no cenário musical e suas manifestações públicas gera debates na esfera política.
A Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro iniciou a discussão de um projeto de lei (PL) que impede a contratação de artistas pelo poder público caso suas músicas ou declarações incentivem o crime ou façam apologia ao tráfico de drogas.
A proposta ficou conhecida como Lei Anti-Oruam, com autoria da vereadora Talita Galhardo (PSDB), em parceria com Pedro Duarte (Novo).
A iniciativa segue tendência similar à de outras capitais brasileiras, onde ao menos doze cidades discutem projetos com o mesmo teor.
O debate foi intensificado após a vereadora Amanda Vettorazzo (União), de São Paulo, divulgar um vídeo em que alega que Oruam teria aberto espaço para que rappers e funkeiros normalizassem a cultura do crime através da música.