![Arrecadação no 1º tri se beneficiou de medidas tomadas pelo governo em 2023, diz Felipe Salto Arrecadação no 1º tri se beneficiou de medidas tomadas pelo governo em 2023, diz Felipe Salto](https://www.spacemoney.com.br/wp-content/plugins/seox-image-magick/imagick_convert.php?width=904&height=508&format=.jpg&quality=91&imagick=uploads.spacemoney.com.br/2024/06/kPOJZ14A-unnamed-2-7.jpg)
Em março de 2024, a arrecadação total foi de valor de R$ 190,6 bilhões, de acordo com dados divulgados pela Receita Federal do Brasil (RFB) na última terça-feira (23).
O número simboliza um crescimento real de 7,22% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado, porém 12,2% menos expressivo que o observado no mês anterior.
Na avaliação de Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, na comparação ano a ano, “a arrecadação se beneficiou tanto de fatores associados à atividade econômica, como às medidas tomadas pelo governo durante o ano passado”.
A plataforma projetava receitas de R$ 187,90 bilhões em março.
“O crescimento do volume de vendas do comércio e de serviços, conjuntamente à renoeração dos combustíveis, contribuiu para o incremento de 21,18% do PIS-PASEP e de 20,48% da Cofins. Já o mercado de trabalho aquecido, com massa salarial 7,90% maior em fevereiro de 2024 frente ao mesmo mês do ano anterior, implicou em Receita Previdenciária e IRRF-Trabalho maiores, em 8,40% e 3,76%, respectivamente, já descontada a inflação”, completou Salto.
O economista relembra ainda, que, em março, foi paga a última parcela relativa ao estoque de rendimentos dos fundos exclusivos, que rendeu aos cofres federais R$ 3,4 bilhões no mês. Mas, nos últimos meses, a taxação dos fundos exclusivos arrecadava cerca de R$ 4 bilhões, ou seja, houve queda na passagem para o terceiro mês do ano.
Na comparação com os meses de janeiro e fevereiro, em março foi verificada a pior taxa de variação mensal das receitas administradas pela Receita Federal (6,06%) no ano, e, de acordo com Salto, estas são “as mais sensíveis ao ciclo econômico e às legislações de cunho arrecadatório introduzidas durante o ano passado”. As não administradas pelo órgão registraram aumento de 44,8% no mês.
“Além disso, o desempenho de Imposto Sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi bastante fraco, com quedas reais de 12,80% e 15%, respectivamente”, acrescenta.
Salto classificou a arrecadação dos tributos como “decepcionante”. “Parte das medidas aprovadas em 2023, à exemplo das alterações nas subvenções estaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), deveria contribuir para o crescimento de tais impostos”, declarou.
Com o resultado de março, a arrecadação federal alcançou R$ 624 bilhões no primeiro trimestre de 2024, valor 8,36% maior que o observado em mesmo intervalo de tempo do ano passado.
Nos próximos dias, agentes e analistas do mercado financeiro analisarão o Relatório do Tesouro Nacional (RTN), com os dados de receitas e despesas primárias de março.
Para o RTN, que computa as receitas de forma diversa ao relatório mensal da RFB, a Warren Investimentos aguarda um desempenho mais favorável da arrecadação, com base em dados coletados no portal SIGA-Brasil.
“Nossa prévia fiscal indica crescimento de 9,96% da receita total, com desempenho forte não apenas dos tributos anteriormente destacados, mas também com a entrada de R$ 6,1 bilhões na rubrica de dividendos e participações”, concluiu Salto.